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Sandálias rasteiras e sapatilhas podem prejudicar pés em caminhadas longas

Sandálias rasteiras e sapatilhas podem prejudicar pés em caminhadas longas



Em atividades de mais de 3km, uso de tênis é indispensável para proteger de traumas. Escolher bem os sapatos é essencial para evitar deformidades

 Protetor de calo alivia dores (Foto: Arquivo pessoal)
Uma paciente acostumada a caminhar de Copacabana até Ipanema decidiu continuar até a Gávea. Ela sempre usava tênis e calcanheira de silicone para proteger os pés e eliminar ao máximo o impacto e nunca teve problemas. Mas a vaidade feminina falou mais alto. Ela estava de vestido e não queria usar tênis. Resolveu fazer o mesmo percurso usando uma sandália rasteira.
Ao chegar em casa, sentiu incômodo na planta do pé, junto aos dedos do pé esquerdo. Este pé já apresenta uma deformidade, um hálux valgo, o famoso joanete, que piorou após os 55 anos. 
Uma semana depois, foi fazer uma caminhada pesada em uma montanha e, na descida, além de comprimir muito os dedos dentro da bota, fez muita tensão sobre eles. Continuou caminhando para ir às cachoeiras de “papete”, uma sandália própria para caminhar em rios e cachoeiras.
A dor ficou muito intensa. Ela começou colocar gelo, fazer contraste alternando água quente e fria e melhorou um pouco. Após tudo isto, resolveu usar salto grosso não muito alto, mas jogando todo o peso sobre os pés ao andar em uma rua irregular e dançando a noite toda. A dor voltou com mais força e ela quase não conseguiu dormir.
Foi ao médico, sendo descartado o Neuroma de Morton. Fez ressonância magnética e o laudo foi edema ósseo, processo inflamatório extenso na planta dos pés e subluxação do grande artelho, que é o joanete. A paciente continuou a sentir muita dor e ter dificuldade para caminhar.

Foi indicada a fisioterapia aquática em “deep water”, sem colocar os pés no chão, movimentação dos mesmos, alongamento e descolamento fascial da planta do pé e muito gelo. As atividades aquáticas são as melhores opções até a dor e a inflamação desaparecerem. No caso, a natação e a fisioterapia aquática. A hidroginástica não é indicada por causa dos saltos,  o impacto é muito menor do que no solo, mas existe.

A pressão hidrostática auxilia na absorção do edema, o empuxo facilita a movimentação dos pés, e a resistência da água e implementos usados atuam no fortalecimento muscular. É necessário trabalhar os arcos plantares, eles devem ser fortes e maleáveis.

Hidroterapia Eu Atleta (Foto: Arquivo pessoal)

Hidroterapia: melhor opção até dor e inflamação no
pé desaparecerem  (Foto: Arquivo pessoal)

A paciente, às vezes, sentia dor no joanete, mas na sola do pé foi a primeira vez. Ela precisa usar sandália confortável, deixando os dedos livres. A melhor solução foi usar protetor de calo, aplicar muito gelo, fazer repouso relativo, andar só o necessário.

Cuidados a serem tomados para evitar o aparecimento do joanete:
– Escolher bem os sapatos;
– Usar sapatos que não apertem os dedos;
– Usar sapatos com gaspe alta cobrindo, o joanete ou com tiras largas para não forçar o joanete para fora;
Evitar o uso de rasteirinha ou sapatilha para caminhadas ou mesmo no uso diário;
Variar os modelos dos sapatos, tamanho de saltos variados, mas não finos e nem muito altos.

É melhor prevenir do que remediar. Vamos evitar as deformidades. Uma vez instaladas, vamos retardar o processo e evitar outros problemas causados por traumas ou excesso de uso com sapato inapropriado.