O intuito da viagem, que custava US$ 250 mil, era fazer uma expedição até o Titanic, que naufragou em 1912.
Ruídos subaquáticos foram identificados na terça (20) e na quarta (21). Nesta quinta (22), um robô encontrou destroços. CRONOLOGIA
Horas depois, a empresa responsável pelo submarino informou que todos havia morrido. Segundo a Guarda Costeira, a EMBARCAÇÃO IMPLODIU
Site permitia apostar nas chances de submarino da OceanGate ser encontrado
Mais de R$ 2,2 milhões foram apostas por internautas.
Por g1
Veja o que existe na profundidade onde está o Titanic
Com o desaparecimento do submarino da OceanGate no último domingo (18), o site Polimarket abriu apostas permitido que as pessoas opinassem se acreditavam que o veículo seria encontrado pelas autoridades até a sexta-feira (23).
Destroços do submersível, que levava cinco passageiros para ver destroços do Titanic no oceano Atlântico, foram encontrados nesta quinta-feira (22) e, segundo as autoridades, todos os tripulantes morreram após a implosão do veículo.
Até o fim da tarde desta quinta-feira, U$ 468 mil (R$ 2,2 milhões, aproximadamente) tinham sido apostados.
O Polimarket permite apostas em criptomoedas nos resultados de eventos por meio da compra ou venda de “ações”. As ações podem ser resgatadas por US$ 1 se o resultado escolhido estiver correto, mas não valem nada se estiver incorreto.
Após repercussões nas redes sociais, representantes da plataforma disseram ao site Gizmodo que as famílias deveriam ver as apostas como uma forma de “obter a probabilidade imparcial” da embarcação ser recuperada.
“Esse é um serviço muito mais valioso para eles do que a cobertura sensacionalista da mídia: com nossos mercados, pelo menos, eles entendem as verdadeiras probabilidades”, afirmou o porta-voz da Polimarket.
Site de apostas — Foto: Reprodução/Polimarket
O que é uma ‘implosão’ e o que acontece quando um submarino implode?
Porta-voz da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, disse nesta quinta-feira (22) que escombros encontrados no fundo do oceano “são consistentes com a implosão do submarino” Titan.
Por Júlia Putini, g1
22/06/2023 16h39 Atualizado há um minuto
Submersível Titan, em foto sem data — Foto: OceanGate Expeditions/Divulgação via REUTERS
O porta-voz da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, disse nesta quinta-feira (22) que os escombros encontrados no fundo do oceano “são consistentes com a implosão do submarino” Titan, que levava turistas ao naufrágio do Titanic.
A empresa OceanGate e a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmaram as mortes dos cinco passageiros a bordo do Titan, cápsula que desceria quase 4 mil metros em um passeio para ver os destroços do Titanic, a 650 km da costa do Canadá.
Mas o que é implosão?
Uma implosão é o processo em que um objeto, estrutura ou edifício é colapsado ou desmoronado em direção ao seu centro. É o oposto da explosão, em que a força é liberada para fora a partir do centro do objeto.
Em 2017, o submarino argentino ARA San Juan, que desapareceu e demorou 1 ano para ser encontrado, também “implodiu” no fundo do mar.
A implosão ocorreu em razão da pressão externa do mar ter superado a de dentro do submarino.
O cenário provável no submarino Titan
Ainda não se sabe qual o motivo que levou à implosão do submarino Titan, mas é sabido que, quando um submarino mergulha, a pressão da água aumenta progressivamente.
Esses veículos são projetados para suportar a pressão da coluna d’água: são construídos com cascos reforçados e materiais resistentes.
Thiago Pontin Tancredi, professor do curso de engenharia naval da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e supervisor do laboratório de simulação naval, explica que o Titan era feito de fibra de carbono e titânio, dois materiais sobre os quais há pouco estudo sobre como se comportam quando sujeitos a várias pressões diferentes. Segundo ele, um dano nessa estrutura é uma das questões que podem ter contribuído para a implosão.
“Quando ele submerge e emerge, ele vai acumulando danos. Não é porque fez a missão uma vez que é seguro. Fazer a missão uma vez significa que ele estava bem dimensionado, mas vai acumulando amassados e trincas, o que pode levar a uma falha estrutural”, afirma Thiago.
(MODELO 3D: Deslize o mouse para os lados para ver submarino)
Ele explica dizendo que a pressão exercida em um submersível a 3.800 metros de profundidade é como se tivesse um elefante apoiado em cima de um pedaço de casco de 5×5 centímetros.
Se a pressão externa exceder a resistência da estrutura, a água pode começar a invadir o submarino. Isso causa um desequilíbrio de pressão dentro e fora do casco, resultando em um colapso súbito da estrutura.
A implosão ocorre justamente quando a pressão da água esmaga o casco do submarino, comprimindo-o para dentro. Ainda de acordo com o engenheiro naval Thiago Pontin, um pequeno amassado no casco, que represente algo em torno de 2% de toda a sua superfície, é suficiente para reduzir a profundidade maxima de operação de um submarino em 50%.
Como é feito de fibra de carbono, a implosão deve ter causado um efeito similar ao vidro estilhaçado, se partindo em muitos pedaços. Já as partes em titânio devem se comportar como metal, ficando retorcidas, segundo a avaliação de Pontin.
— Foto: arte g1 | Vitória Coelho
Guarda Costeira dos EUA diz que cinco “peças maiores” do Titan foram encontradas
GloboNews Mais
Autoridades descartam colisão de submarino com Titanic: ‘pela área, indica implosão’
Segundo a Guarda Costeira, a embarcação implodiu. Destroços do submarino foram encontrados na manhã desta quinta-feira (22)
Entre os cinco mortos no submarino que implodiu no mar ao fazer uma viagem até os destroços do Titanic estavam um pai e filho, Shahzada Dawood, de 48 anos, e seu filho Suleman, de 19 anos. Em nota, a família dos dois afirmou que está em profunda tristeza pela morte dos dois.
Os dois são de origem paquistanesa, mas moravam no Reino Unido.
A família Dawood disse que passa por um “profundo pesar” pela morte dos “amados filhos que estavam a bordo do submersível Titan, da OceanGate, que pereceu debaixo d’água”.
O texto pede para que as pessoas mantenham “as almas (dos dois) e nossa família em suas orações”.
A família também afirmou ser verdadeiramente grata a todos os envolvidos nas operações de resgate: “Seus esforços incansáveis foram uma fonte de força para nós durante esse tempo”.
“Lamentamos a perda de vidas e celebramos a alegria que eles trouxeram para todos que conheciam”, afirma OceanGate.
Há 1 hora
Marinha dos EUA detectou implosão de submarino da OceanGate dias atrás, diz jornal
O barulho foi captado pelo sistema de acústica da embarcação poucas horas após o submarino mergulhar no Atlântico Norte no domingo (18), segundo o “The Wall Street Journal”.
“A Marinha dos EUA conduziu uma análise de dados acústicos e detectou uma anomalia consistente com uma implosão ou explosão nas proximidades de onde o submersível Titan estava operando quando as comunicações foram perdidas”, disse um oficial da marinha dos EUA ao jornal. “Embora não sejam definitivas, essas informações foram imediatamente compartilhadas com o Comandante do Incidente para auxiliar na missão de busca e resgate em andamento.”
Durante as buscas pelo submarino, foram captados ruídos dois dias seguidos, e a operação foi reordenada em função desses sons. No entanto, após a descoberta dos destroços da embarcação, na quinta-feira (22), a Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou que esses barulhos não tinham relação com o submersível.
Pelos destroços, pode-se concluir que houve uma implosão do submarino e que as cinco pessoas a bordo morreram.
“Parece que não há nenhuma conexão entre os ruídos e a localização, no leito do mar, onde os destroços foram encontrados”, disse o almirante John Mauger, da Guarda Costeira.
A implosão deve ter gerado um som forte, disse a Guarda Costeira, e esse barulho não foi captado pelos navios e sonares que participavam da operação de resgate. Isso sugere que a implosão ocorreu antes do começo da operação.
“Som das batidas parecem não ter relação com o acidente”, disse John Mauger, porta-voz da Guarda Costeira dos EUA.
“Sonares não detectaram eventos catastróficos nas últimas 72h”, disse John Mauger, porta-voz da Guarda Costeira dos EUA.
Isso sugere que implosão do submarino aconteceu antes do início das buscas. No entanto, de acordo com as autoridades, ainda é cedo para tirar conclusões e mais informações são necessárias.
“Ainda é cedo para determinar quando a implosão aconteceu”, disse John Mauger, porta-voz da Guarda Costeira dos EUA
“Escombros são consistentes com a implosão do submarino”, disse John Mauger porta-voz da Guarda Costeira dos EUA
As vítimas do acidente são:
Shahzada Dawood, empresário paquistanês;
Suleman Dawood, filho do empresário paquistanês;
Hamish Harding, um bilionário empresário e explorador britânico;
Paul-Henry Nargeolet, um francês especialista em Titanic;
Stockton Rush, diretor-executivo da OceanGate.
‘Acreditamos que todos os passageiros morreram’, diz empresa OceanGate
Quem são as vítimas que morreram no submarino que implodiu durante passeio para ver destroços do Titanic
Empresa OceanGate confirmou a morte dos cinco tripulantes. Eles pagaram cerca de US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão) cada por um lugar em sua expedição para ver os destroços do navio que naufragou em 1912.
Quem eram os passageiros
Stockton Rush é o diretor-executivo e co-fundador da OceanGate, a empresa privada que opera embarcações submersíveis para exploração e turismo em alto-mar, como nos destroços do Titanic.
Stockton Rush em imagem sem data publicada no site da OceanGate — Foto: Reprodução/OceanGate
Rush participou do desenvolvimento das embarcações submersíveis da OceanGate, incluindo o Titan, o submarino que desapareceu.
Como editor-executivo, ele é a principal autoridade da empresa para as operações, direção estratégica e parcerias.
Hamish Harding é um bilionário que fundou e, hoje, é presidente da Action Aviation, uma empresa especializada em serviços de aviação e aeroespaciais.
Imagem de Hamish Harding, um dos passageiros da embarcação submersiva que sumiu ao fazer uma expedição para ver os destroços do Titanic — Foto: Reprodução/Facebook
Ele estudou ciências naturais e engenharia química em Cambridge. Harding é aviador (ele tem licença de piloto de transporte aéreo também de jatos) e paraquedista.
No passado, ele trabalhou em uma empresa de turismo que levava pessoas à Antártica, e ele fez muitas viagens ao Polo Sul.
Shahzada Dawood é vice-presidente de um dos maiores conglomerados do Paquistão, a Engro Corporation, que tem investimentos em fertilizantes, fabricação de veículos, energia e tecnologias digitais. Ele vive no Reino Unido com a mulher e dois filhos. Suleman Dawood, filho do empresário paquistanês, também morreu na tragédia.
Dois tripulantes eram pai e filho: Shahzada e Suleman Dawood — Foto: Reprodução/TV Globo
Paul-Henry Nargeolet é ex-comandante da Marinha Francesa. Ele é considerado o principal especialista no naufrágio do Titanic. O francês também é diretor de pesquisa subaquática de uma empresa que detém os direitos sobre os destroços do Titanic.
Imagem sem data de Paul Henry Nargeolet, um ex-comandante da Marinha da França — Foto: Reprodução/LinkedIn
Passeio para ver o Titanic
Mapa mostra a localização dos restos do Titanic. — Foto: arte/ g1
A embarcação que desapareceu é chamada Titan. Ela é classificada como um submersível, pois não é autônoma (ela depende de uma plataforma de apoio para ser implantada e retornar).
O submarino turístico é uma embarcação que permite aos passageiros conhecerem o mundo debaixo d’água sem precisarem ser mergulhadores ou passarem por treinamento especializado. Geralmente, são menores do que os submarinos militares.
Na semana passada, a empresa começou a quinta “missão” aos destroços do Titanic, de acordo a página da empresa na internet. A viagem tinha previsão de durar oito dias e terminaria na próxima quinta-feira.
Para descer até o local dos destroços, que fica a uma profundidade de 3.800 metros no Oceano Atlântico, o submersível leva cerca de 2,5 horas.
No início de 2023, um repórter da CBS leu os termos que as pessoas devem assinar antes de embarcar. Entre outras coisas, o texto dizia que a viagem é feita em “um submersível experimental, que não foi aprovado nem certificado por nenhum órgão regulador e pode resultar em danos físicos, psicológicos, ou morte”. Não há, entretanto, informações precisas sobre os termos assinados pelos passageiros do submersível que desapareceu.