Papa se encontrou em segredo com tabeliã americana que não emite licenças de casamento para gays
Kim Davis segura as mãos de seu advogado Mat Staver (à dir.) e do candidato republicano Mike Huckabee em frente ao Centro de Detenção de Grayson, Kentucky
Em sua viagem aos Estados Unidos, o papa Francisco se encontrou secretamente com a tabeliã americana Kim Davis, presa no início de setembro por se recusar a emitir licenças matrimoniais para casais gays. A informação foi divulgada pela tabeliã de Kentucky e seu advogado nesta quarta-feira.
A princípio, o Vaticano não confirmou nem desmentiu a informação. "Não nego que o encontro ocorreu, mas não tenho comentários a acrescentar", disse o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, em comunicado divulgado mais cedo. A confirmação do encontro veio na tarde desta quarta.
No encontro de 15 minutos entre Kim Davis e seu marido com o pontífice, que ocorreu na embaixada do Vaticano em Washington, na semana passada, Francisco abraçou a tabeliã e a parabenizou por sua coragem. "Ele disse para mim antes de sair: ‘continue forte’. Foi um grande encorajamento", disse Kim.
O papa, falando a repórteres durante voo de volta para casa na segunda-feira após a viagem de 10 dias por EUA e Cuba, disse que autoridades do governo têm o "direito humano" de recusar um trabalho caso sintam que isso viole sua consciência.
O advogado de Kim, que ficou presa entre os dias 3 e 8 de setembro por se recusar a acatar uma ordem judicial para emitir licenças para casamentos de pessoas do mesmo sexo, de acordo com a ordem da Suprema Corte dos EUA, explicou à emissora americana CBS por que o encontro não foi revelado antes. "Não queríamos que a visita do papa fosse ofuscada por Kim Davis", disse.
(Com Reuters)