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Palestinos incendeiam local venerado por judeus na Cisjordânia

Palestinos incendeiam local venerado por judeus na Cisjordânia



Túmulo de José, em Nablus, foi alvo de bombas incendiárias. Palestino, disfarçado de repórter, foi morto após ferir soldado israelense.

Dezenas de palestinos incendiaram nesta sexta-feira (16) o túmulo de José, um local venerado pelos judeus em Nablus, norte da Cisjordânia ocupada, anunciaram a polícia palestina e o exército de Israel.

Os palestinos lançaram bombas incendiárias contra o local de peregrinação para os judeus. O ataque provocou graves danos.

Para os judeus, o local atacado é o túmulo de José, um dos 12 filhos de Jacó, vendido por seus irmãos e levado ao Egito, de onde seu corpo foi trasladado segundo a tradição bíblica.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, condenou o incêndio do túmulo de José e chamou o ato de "irresponsável", segundo a agência oficial Wafa. Abbas "decidiu formar imediatamente uma comissão de investigação sobre o ato irresponsável cometido esta manhã no túmulo de José, e para reparar os danos causados por este gesto deplorável", afirma a agência.

Palestinos e israelenses se enfrentam há duas semanas em confrontos que deixaram mais de 30 mortos e mais de mil feridos do lado palestino, e sete mortos e dezenas de feridos do lado israelense.

A tensão aumentou na região devido ao aumento no controle do acesso a ao complexo onde fica o Muro das Lamentações a mesquita de al-Aqsa, um local em Jerusalém Oriental considerado sagrado por judeus e muçulmanos. Palestinos temem que Israel mude o acesso atual à mesquita, onde judeus podem visitar mas não podem rezar, algo que Israel diz que não pretende fazer.

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Palestinos mortos
Três palestinos foram mortos nesta sexta na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Perto da colônia de Kiryat Arba, na Cisjordânia ocupada, um palestino disfarçado de jornalista esfaqueou e deixou gravemente ferido. Ele foi morto pouco depois. O palestino estava vestido como repórter fotográfico, o que permitiu que se aproximasse dos soldados. Imagens mostram um homem deitado no chão, com uma camisa com a palavra "press".

Já confrontos na Faixa de Gaza ocorrem durante o que os palestinos chamaram de "Sexta-feira da Revolução" contra Israel. Os protestos foram incentivados pelos movimentos do Hamas e Jihad Islâmica.

Um palestino morreu e 30 pessoas ficaram feridas nesta sexta em confrontos com israelenses perto da passagem de Erez, na Faixa de Gaza, segundo o ministério da Saúde do teritórrio. O porta-voz do ministério, Ashraf al Qudra, indicou à AFP que Abdul Qadir Farhat, de 19 anos, morreu "após receber tiros na cabeça disparados pelo exército durante confrontos". Ele acrescentou que outras 30 pessoas ficaram feridas, 14 delas por tiros, e que foram levadas para hospitais da região.

Também na Faixa de Gaza, outro palestino foi morto a tiros por soldados israelenses. Mahmoud Homaida, de 22 anos, foi atingido por munição real perto do antigo ponto de passagem de Nahal Oz, entre o território palestinos e Israel, segundo o porta-voz do Ministério, Ashraf al-Qoudra.

Palestino ferido é retirado por manifestantes durante em confronto no leste da Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (16) (Foto: Suhaib Salem/ Reuters)
Palestino ferido é retirado por manifestantes durante em confronto no leste da Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (16) (Foto: Suhaib Salem/ Reuters)

Conselho de Segurança
Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá nesta sexta para abordar a situação em Jerusalém e nos territórios palestinos, informaram fontes diplomáticas, segundo a France Presse.

A reunião, programada para às 11h local (12h Brasília), foi solicitada pela Jordânia, membro não permanente do Conselho, após um encontro entre embaixadores árabes, que expressaram sua preocupação com a escalada.

O representante dos palestinos, Riyad Mansur, disse aos jornalistas que a situação é "muito explosiva", e fez um apelo ao Conselho para "assumir sua responsabilidade" e acabar com a violência.

As forças de segurança de Israel estão mobilizadas em Jerusalém, enquanto os judeus se armam com o que encontram, após vários grupos palestinos convocarem uma "sexta-feira da Revolução", com manifestações após a tradicional oração muçulmana semanal.

Palestino passa por verificação da identidade em bloqueio montado por forças de segurança israelenses. Polícia tenta conter onda de ataques com faca feitos por palestinos (Foto: Baz Ratner/ Reuters)
Palestino passa por verificação da identidade em bloqueio montado por forças de segurança israelenses. Polícia tenta conter onda de ataques com faca feitos por palestinos (Foto: Baz Ratner/ Reuters)