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O pai do terrorismo árabe

O pai do terrorismo árabe



Haj Amin al-Husseini (1893-1974) foi o pai do terrorismo árabe e um dos principais protagonistas do moderno movimento anti-semita e anti-Israel.

 Haj Amin al-Husseini (1893-1974) foi o pai do terrorismo árabe e um dos principais protagonistas do moderno movimento anti-semita e anti-Israel. Mesmo antes de a Fraternidade Muçulmana ser formada (1928), al-Husseini estava fazendo tudo o que podia para assegurar que o moderno Estado de Israel nascesse morto. Embora o islamismo sempre tenha tido um traço terrorista, al-Husseini é considerado seu arquiteto moderno, especialmente na medida em que o terrorismo se relaciona ao sionismo inicial nos anos 1920 e 1930.

Os anos iniciais

Husseini nasceu em Jerusalém, de uma família originalmente vinda do Iêmen, cujo avô foi designado pelos turcos como mufti (propagador e instrutor da lei islâmica) de Jerusalém. Naquela época, esta era uma posição simbólica de liderança, mas de pouca autoridade.[1]

Depois de uma infância com realizações acadêmicas medianas, aos 19 anos foi enviado para o Cairo para estudar a filosofia islâmica. Sem completar seus estudos, ele juntou dinheiro suficiente para fazer sua peregrinação a Meca e Medina em 1913. Depois de sua peregrinação, voltou a Jerusalém, abandonando seus estudos no Cairo.

Logo após seu retorno, teve início a I Guerra Mundial e Husseini serviu como oficial turco em Esmirna, na Turquia. Durante a guerra, observou o massacre dos armênios pelos turcos. Depois da guerra, voltou a Jerusalém e se tornou tutor em uma escola de formação de professores muçulmanos.

A partir de 1919, Haj Amin tornou-se ativo no nacionalismo árabe, e seus escritos e falas despertaram o interesse popular entre os árabes, já que ele fazia apelos em nome do Corão. “Ele era apaixonado em seu ódio pelos britânicos e pelos judeus”.[2]

No dia 4 de abril de 1920, al-Husseini destacou-se definitivamente no cenário público de Jerusalém. Nessa data al-Husseini incitou a multidão árabe a um levante de quatro dias contra os judeus em toda a cidade.

Os árabes avançaram pelo quarteirão judeu massacrando, queimando e saqueando os judeus indefesos. Os eventos em Jerusalém levaram a atos semelhantes em uma série de cidades por toda a Palestina naquela época. “Um total de quarenta e sete judeus foram mortos e mais de 140 foram feridos no primeiro derramamento de sangue significativo que ocorreu na Palestina em centenas de anos”.[3]

Al-Husseini, que fugiu para a Síria, foi finalmente condenado in absentia por “incitação à violência”, por uma corte militar britânica, e foi sentenciado a 10 anos de prisão. Foi assim, pois, que o moderno movimento terrorista árabe foi concebido e lançado por al-Husseini, na primavera de 1920.

Grão-Mufti de Jerusalém

Enquanto al-Husseini estava na Síria, o primeiro Alto-Comissário Britânico para a Palestina, Sir Herbert Samuel, foi encarregado de supervisionar o Mandato Britânico da Palestina, dado aos britânicos pela Liga das Nações. Como Samuel era judeu, ele parecia ceder o mais possível para apaziguar os árabes. Embora houvesse um certo número de líderes árabes que acreditavam na cooperação com os judeus de Jerusalém, al-Husseini foi perdoado e trazido de volta da Síria, e, em março de 1921, foi nomeado o mufti de Jerusalém.

Para piorar, al-Husseini foi nomeado presidente do Supremo Conselho Muçulmano em maio de 1922, o que significou que ele se tornou o virtual ditador sobre todos os assuntos árabes e muçulmanos em Jerusalém. Mais tarde, naquele mesmo ano, al-Husseini foi “empossado como virtual líder religioso dos árabes muçulmanos da Palestina”.[4]

As coisas ficaram bastante calmas na Palestina até agosto de 1929, quando al-Husseini instigou uma série de ataques simultâneos dos árabes contra os judeus por toda a Palestina. Ele usou imagens falsificadas mostrando o Domo da Rocha em Jerusalém supostamente vandalizado pelos judeus que, segundo foi dito, estavam planejando reconstruir o Templo de Israel. Esse ataque organizado contra os judeus “resultou no assassinato de cento e trinta e três judeus e mais de três centenas de feridos”. Esse levante resultou no assassinato de sessenta e sete judeus em Hebron e fez com que os judeus abandonassem sua antiga cidade para a ela retornarem apenas a partir de 1948.

“A eleição de Hitler como chanceler da Alemanha, aos 30 de janeiro de 1933, foi um evento que galvanizou todo o mundo árabe e que serviria para acelerar ainda mais a crescente influência de al-Husseini”.[5] Em abril de 1936, em resposta a mais propaganda de al-Husseini, aconteceram vários levantes árabes por toda a Palestina. No quarteirão judeu em Jerusalém, dezesseis judeus foram assassinados e setenta e cinco ficaram gravemente feridos. Entretanto, desta vez, as comunidades judaicas haviam estabelecido forças de defesa e foram freqüentemente capazes de contra-atacar e de se defender. Constantes ataques dos árabes aos judeus levaram a condições semelhantes às de uma guerra por toda a Palestina nos próximos três anos.

Finalmente, em 1937, os britânicos decidiram fazer algo com relação ao grão-mufti de Jerusalém. Al-Husseini não matava apenas judeus e britânicos, mas também matava seus companheiros árabes que se opusessem a ele.

Em 1º de outubro de 1937, os britânicos começaram a cercar al-Husseini e sua gangue. Os capturados foram deportados para as Ilhas Seychelles, a leste da África. Contudo, o mufti de Jerusalém se escondeu no Domo da Rocha, “confiante de que as autoridades britânicas não ousariam entrar ali. Alguns dias mais tarde, ele saiu sorrateiramente por uma porta lateral e, vestido com trajes de mulher camponesa árabe, foi levado a bordo de um barco que estava atracado perto de Jaffa, e dali escapou para o Líbano”.[6] Alguns acreditam que provavelmente foram os nazistas que ajudaram na escapada de al-Husseini para o Líbano.[7]

Em 2 de outubro de 1937, Adolf Eichmann e Herbert Hagen, oficiais nazistas da SS, chegaram a Haifa e tiveram um encontro de 48 horas com al-Husseini. Mesmo enquanto estava exilado em Beirute, al-Husseini foi capaz de dirigir muitas operações terroristas na Palestina durante mais um ano e meio, terminando em 1939. “A revolta árabe [de al-Husseini] resultaria na morte de 2.652 judeus, 618 britânicos e 6.953 árabes”.[8]

Os anos da II Guerra Mundial

Em 1938, o exilado al-Husseini foi colocado na folha de pagamento da Divisão de Inteligência Alemã. Ele se tornou agente dos interesses políticos, financeiros e militares nazistas no Oriente Médio. O mufti de Jerusalém concordou em ajudar a difundir idéias nazistas por todo o mundo árabe muçulmano. Essa influência estendeu-se até nossos dias, pois Saddam Hussein foi o chefe do partido Ba’ath no Iraque e Bashar al-Assad e o partido Ba’ath ainda governam a Síria. O Partido Socialista Árabe Ba’ath em todo o mundo islâmico não é nada mais que uma versão muçulmana do nazismo, em cuja difusão al-Husseini teve papel central.

Em outubro de 1939, um mês depois que a guerra da Alemanha teve início, al-Husseini fugiu para o Iraque e tentou ajudar um golpe sustentado pelos nazistas contra o governo pró-britânico. Os alemães tinham um plano para remover toda a influência européia do Oriente Médio para formar um reino árabe independente e unido. Se os alemães tivessem vencido, al-Husseini teria sido colocado como chefe sobre esse reino para que pudesse matar todos os judeus sob sua jurisdição.

Felizmente, todos esses planos fracassaram; entretanto, ainda existe um importante filamento ideológico que foi deixado e que ressoa em nossos dias por meio de movimentos como a Fraternidade Egípcia. Al-Husseini culpou os judeus pelo fracasso nazista no Iraque, embora os judeus fossem pequenos em número e praticamente sem nenhum poder. Com o fracasso do golpe no Iraque, al-Husseini mais uma vez fugiu, desta vez para Berlim, com uma parada em Roma para encontrar-se com Mussolini, em 17 de outubro de 1941.

Na Alemanha, al-Husseini foi chamado “O Führer do Mundo Árabe” e viveu em Berlim até maio de 1945. Ele intitulou sua residência em Berlin como “O Instituto de Pesquisa Sobre o Problema Judeu no Mundo Muçulmano”. O destituído mufti de Jerusalém foi sustentado pelo “dinheiro confiscado dos judeus quando estavam a caminho dos campos de concentração”.[9]

Al-Husseini foi extremamente ativo em favor de Hitler e dos nazistas durante a guerra. O que ele fez? Esteve intimamente envolvido com o desenvolvimento de táticas e estratégias para a “solução final” — a exterminação sistemática dos judeus. Isto era algo tremendamente precioso ao seu coração. Diz-se que muitas de suas idéias sobre a matança de judeus tiveram origem por ocasião do tempo que passou no exército turco durante o massacre dos armênios.

mufhit

O ex-mufti de Jerusalém estabeleceu para o Hitler as Brigadas Hanzar, que eram compostas de tropas nazistas muçulmanas. Muitos eram muçulmanos vindos dos Balcãs, e constituíram uma porcentagem significativa da força de batalha nazista. “Aproximadamente 100.000 muçulmanos europeus foram recrutados e lutaram pela Alemanha Nazista durante o tempo da guerra”.[10]

Conclusão

Depois da II Guerra Mundial, al-Husseini ficou em prisão domiciliar em Paris e estava para ser julgado pelo Tribunal Internacional como criminoso de guerra, crime para o qual ele certamente qualificava. Como já havia feito inúmeras vezes, ele escapou e se dirigiu ao Cairo, onde viveu em meio ao mundo árabe até sua morte em 1974. Nunca retornou a Jerusalém após sua partida em 1937 e tinha pouca influência. O ex-grão-mufti de Jerusalém deixou um grande legado! Como o pai do terrorismo muçulmano no Oriente Médio, seu lugar como líder dos árabes palestinos nacionalistas radicais foi ocupado por seu sobrinho Mohammed Abdel-Raouf Arafat As Qudwa al-Husseini, mais conhecido como Yasser Arafat.

Em agosto de 2002, Arafat deu uma entrevista na qual se referiu ao “nosso herói al-Husseini” como um símbolo da resistência árabe-palestina. Este simples perfil poderia muito bem refletir alguns dos eventos que estão destinados a se desenrolar durante a tribulação por vir. Maranata!