‘Não vale a pena viver’, diz morador da faixa de Gaza
À medida que o conflito entre Israel e palestinos se intensifica na faixa de Gaza, vão surgindo relatos de como o dia a dia de civis dos dois lados vem sendo profundamente afetado.
À medida que o conflito entre Israel e palestinos se intensifica na faixa de Gaza, vão surgindo relatos de como o dia a dia de civis dos dois lados vem sendo profundamente afetado.
De acordo com autoridades palestinas, ao menos 172 pessoas morreram na faixa de Gaza desde que a operação israelense foi lançada na terça-feira passada.
Segundo Israel, cerca de mil foguetes foram lançados da faixa de Gaza desde então e um drone palestino teria sido abatido perto de Ashdod na manhã desta segunda-feira.
Morte de jovens reacende conflito entre Israel e Palestina154 fotos
Abaixo, israelenses e palestinos de Gaza relataram à BBC como suas vidas mudaram desde o início do conflito.
Haytham Besaiso, 26 anos, engenheiro civil morador da Cidade de Gaza
Esta é a terceira guerra em cinco anos. A diferença agora é que Israel não tem um propósito ou objetivo claro. Tudo que estão fazendo é matar civis e alvejar casas. Na primeira guerra eles atacaram militantes. Na segunda, eles miraram o arsenal de armas.
A mídia ocidental atribui o confronto à morte de três jovens israelenses, mas nenhum grupo palestino assumiu a autoria do crime. Geralmente, alguém admite a responsabilidade. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu e o que sentimos é que estamos sendo punidos coletivamente.
Viver aqui é horrível. Estamos sob cerco. Não podemos importar nada. Temos eletricidade por apenas oito horas, o que significa que não podemos construir nada.
Eu sou engenheiro civil e não há materiais de construção no mercado. A indústria foi destruída. A agricultura fortemente abalada. Não podemos sobreviver deste jeito.
Estamos deprimidos. Esta é a primeira vez que sinto que não vale a pena viver.
O mundo precisa fazer algo por nós. O processo de paz é difícil de ser alcançado e tem se arrastado pelos últimos 20 anos sem resolução. Deve haver alguma coisa que possa ser feita.
Eu sou contra o governo de Israel, não contra o povo de Israel. Mas infelizmente as pessoas têm adotado visões um pouco extremas.