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Mercosul e Aliança do Pacífico podem firmar acordo de livre comércio

Mercosul e Aliança do Pacífico podem firmar acordo de livre comércio



Inicialmente vistos como blocos rivais na América Latina, Mercosul e Aliança do Pacífico darão o primeiro passo para um acordo de livre comércio que vai englobar toda a região

 BRASÍLIA – Inicialmente vistos como blocos rivais na América Latina, Mercosul e Aliança do Pacífico darão o primeiro passo para um acordo de livre comércio que vai englobar toda a região no próximo dia 24 de novembro, em uma reunião em Santiago, no Chile. Em meio a uma série de fóruns de discussões sobre o tema, que reúnem representantes dos países envolvidos, haverá um encontro de chanceleres com o objetivo de começar uma negociação cujo fim é acabar com as fronteiras tarifárias no intercâmbio entre as nações latino-americanas.

 
— A Aliança do Pacífico e o Mercosul são fenômenos do mesmo movimento integrador da América do Sul. É natural que integrações comecem em pequenos grupos. Assim foi na Europa e assim é na América do Sul. Vemos com muita tranquilidade essa convergência progressiva — disse ao GLOBO o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.
 
TRATADO COM UNIÃO EUROPEIA
 
A ideia da aproximação entre os dois blocos partiu do Chile que, junto com México, Peru e Colômbia, integra a Aliança do Pacífico. Porém, segundo fontes, embora vejam com simpatia a tentativa, os sócios do Mercosul consideram prioritário, antes de qualquer outra coisa, fechar o tratado de livre comércio com a União Europeia (UE).
 
As negociações com a UE se encontram em fase de apresentação de ofertas dos dois lados. Um acordo com os europeus é um dos desafios do próximo presidente da República, seja ele quem for: a petista Dilma Rousseff ou o tucano Aécio Neves. Da mesma forma, a proximidade com os países da Aliança do Pacífico faz parte dos programas de campanha de ambos os candidatos à presidência.
 
— A integração da América do Sul é um dos preceitos cardeais da política externa brasileira — disse Figueiredo, ao ser perguntado sobre o tema.
 
O Brasil já trabalhava com a hipótese de antecipar a tarifa zero no comércio regional, prevista atualmente para 2019. Mas essa hipótese excluiria o México, uma vez que se aplica apenas à América do Sul. Chile, Colômbia e Peru já conversaram sobre essa possibilidade com o governo brasileiro. Agora, a conversa passou a abranger os mexicanos que, desde junho de 2012, passaram a integrar a Aliança do Pacífico.