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Médico receita sorvete de chocolate e jogo ‘Free Fire’ em atendimento em SP

Médico receita sorvete de chocolate e jogo ‘Free Fire’ em atendimento em SP



Médico receitou sorvete de chocolate e ‘Free Fire’ após paciente relatar sintomas gripaisImagem: Arquivo pessoal

 

Um médico da UPA Jardim Conceição, em Osasco, na Grande São Paulo, receitou sorvete de chocolate e “Free Fire”, um jogo eletrônico para celular, após atender um menino de 9 anos que apresentava sintomas gripais. O caso aconteceu na madrugada do dia 18 de maio.

O que aconteceu:

Por volta da 0h30 de 18 de maio, Priscila da Silva Ramos levou seu filho de 9 anos para atendimento na UPA Jardim Conceição, em Osasco. A criança apresentava sintomas gripais e também estava vomitando, de acordo com Priscila;

 

O médico Marcos Wesley da Silva questionou a mãe sobre os sintomas apresentados pelo filho. “Respondi que estava com dor de garganta, vomitando e também não conseguia comer, além de muita tosse, espirros e febre”, disse ao UOL;

Depois de perguntar sobre os sintomas, mas sem examinar a criança, Wesley prescreveu amoxicilinaibuprofenodipironaprednisolona e acetilcisteína. Além dos medicamentos, escreveu “sorvete de chocolate duas vezes ao dia e Free Fire diário”, ao final da receita;

O médico não deu nenhum tipo de explicação sobre o uso dos medicamentos, segundo a mãe. “Ele não me explicou nada e perguntou para meu filho se ele gostava de sorvete. Depois perguntou se preferia morango ou chocolate, mas eu nunca imaginei que ele fosse prescrever, porque meu filho estava com dor de garganta”, disse;

A irmã de Priscila viu a receita e recomendou denunciar o médico aos órgãos competentes. A denúncia foi feita por e-mail ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mas o órgão respondeu que a denúncia deveria ser feita por carta ou pessoalmente;

A Prefeitura de Osasco afirmou que a Organização Social do município, responsável pelo atendimento das UPAs, efetuou o desligamento do médico de seu quadro de prestadores de serviço;

O Cremesp afirmou que até o momento não foi notificado oficialmente pelo caso e que as denúncias podem ser feitas pessoalmente ou por correio. Também informou que tão logo a denúncia seja recebida, será iniciado o processo de apuração do caso.

O carimbo de Silva aponta que ele é neurologista, porém, o cadastro dele no Cremesp, apesar de estar ativo, não consta a especialidade.

 

Na hora achei que fosse uma brincadeira, mas depois vi que era uma brincadeira de mau gosto. Meu filho estava doente, então não poderia chupar sorvete. Priscila da Silva Ramos