Israel obrigado a escrever made in território ocupado nos produtos
Já não poderá ser made in Israel se produtos foram feitos foram feitos em territórios ocupados ilegitimamente. Em resposta, Israel suspende futuros encontros com a União Europeia
Já não poderá ser made in Israel se produtos foram feitos foram feitos em territórios ocupados ilegitimamente. Em resposta, Israel suspende futuros encontros com a União Europeia
A Comissão Euopeia aprovou, esta quarta-feira, uma diretriz que obriga a que os produtos agrícolas e cosméticos fabricados nos territórios ocupados por Israel sejam rotulados de modo diferente quando forem vendidos na União Europeia (UE). Em vez de o habitual "made in Israel" ou "produzido em Israel", os produtos vão passar a revelar que foram feitos em territórios ocupados ilegitimamente.
O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já demonstrou desagrado pela diretriz e afirmou que o mesmo critério não é aplicado a outros territórios ocupados. "A decisão da UE é hipócrita, baseada em uma política de dupla moral, já que afeta Israel e não os 200 conflitos restantes no mundo", declarou Netanyahu, segundo a AFP. "A União Europeia deveria envergonhar-se", acrescentou.
Netanyahu não ficou apenas pelas palavras e suspendeu futuros encontros com a UE, em forma de protesto. As reuniões eram principalmente sobre o Médio Oriente, direitos humanos e organizações internacionais, segundo a AP.
A designação dos novos rótulos não é específica no documento aprovado. As hipóteses variam de produzido na Palestina, produzido em territórios palestinos ocupados, produzido em território colonial israelita ou simplesmente produzido em terrirório colonial. Cabe a cada país membro da UE escolher que rótulo utilizar. "O importante é que tem de ser explícito se vem de uma colónia", de acordo com fontes da Comissão Europeia.
Isto porque a UE não reconhece as áereas ocupadas por Israel em 1967, como legítimas. Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Colinas de Golã são, do ponto de vista do direito internacional, colónias isarealitas tomadas à força.
A organização pela libertação da Palestina, por outro lado, considera a diretriz "um passo na direção correta, mas insuficiente". O grupo que luta pela independência do território ocupado chama aos bens comercializados por Israel "produtos de guerra".
O receio de que esta medida venha a dificultar o processo de reconciliação entre Israel e Palestina é forte. A ministra adjunta das Relações Exteriores israelense, Tzipi Hotovely, declarou na terça-feira, segundo a AFP, que a "etiquetagem afasta a paz". Na quarta-feira, após a aprovação da diretiz, a ministra afirmou ao canal norte americano Channel 2TV.
Até à data, os produtos destes locais eram etiquetados como fabricados em Israel nos 28 países da União Europeia, à excepção de três que já tinham adotado esta diretriz – Bélgica, Grã-Bretanha e Dinamarca.
A diretriz em causa começou a ser debatida há três anos, mas uma carta enviada por 16 ministros de negócios estrangeiros da UE acelerou o processo.