Israel inicia ataques em Gaza e diz que não vai deixar “terroristas definirem a agenda”
A “Operação Amanhecer” foi lançada pelas Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza.
Israel anunciou a “Operação Amanhecer”, iniciada com ataques na Faixa de Gaza na tarde desta sexta-feira (05) contra alvos do grupo terrorista Jihad Islâmica Palestina (JIP).
Segundo líderes da IDF (Forças de Defesa de Israel), as ações foram necessárias após o grupo se recusar a desistir de suas intenções de realizar ataques contra o território israelense.
O primeiro-ministro Yair Lapid fez uma declaração conjunta com o ministro da Defesa, Benny Gantz, afirmando que Israel “não permitirá que organizações terroristas definam a agenda em cidades próximas à Faixa de Gaza e ameacem os cidadãos de Israel”.
O chefe militar Aviv Kohavi (à direita), o ministro da Defesa Benny Gantz (centro) e o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, realizam uma avaliação no QG do Comando Sul da IDF em Beersheba, 5 de agosto de 2022. (Foto: Ariel Hermoni/Ministério da Defesa)
Segundo o Times of Israel, no início do dia, Gantz havia alertado que Israel agiria se o grupo terrorista não interrompesse seus preparativos para um ataque. A PIJ vinha ameaçando desde terça-feira atacar em resposta à prisão de seu líder na Cisjordânia, causando dias de fechamento de estradas e bloqueios comunitários em áreas próximas à fronteira sob ameaça imediata.
Segundo informações do Hamas, que administra o Ministério da Saúde palestino, pelo menos oito pessoas foram mortas, incluindo uma menina de 5 anos, e outras 40 ficaram feridas.
Autoridades israelenses disseram que a operação militar visava especificamente a PIJ, esperando manter o Hamas em grande parte fora do conflito, como fez durante um surto após o assassinato de Abu al-Ata.
Em entrevista ao Canal 12 de notícias, a ministra do Interior Ayelet Shaked disse que o governo decidiu “que não estamos preparados para ser reféns de um grupo terrorista de Gaza”.
“Não sabemos como esse [conflito] vai se desenrolar… mas isso pode levar tempo… Esta pode ser uma rodada longa [de conflito] e difícil”, acrescentou.
Defesa em alerta
Os militares anunciaram a implantação do sistema de defesa aérea Iron Dome próximo de Tel Aviv, Jerusalém e Beersheba, uma vez que antecipou a retaliação da Jihad Islâmica na forma de ataques com foguetes.
Eles também disseram que uma “situação especial” foi declarada na frente doméstica, até 80 quilômetros de Gaza – uma área que se estende ao norte até Tel Aviv, segundo o Times of Israel.
Uma “situação especial” é um termo legal usado em tempos de emergência, concedendo às autoridades maior jurisdição sobre a população civil a fim de agilizar os esforços para salvaguardar a população, diz a reportagem.
Abrigos antiaéreos
A população que mora em áreas próximas à fronteira foi instruída a permanecer perto de abrigos antiaéreos, e nas áreas de Laquis e Negev central as reuniões foram restritas. Os abrigos antibombas públicos foram abertos na cidade de Berseba.
Uma fonte de segurança não identificada disse ao novo site Ynet que “esforços para fazer a Jihad Islâmica descer” de suas intenções de realizar um ataque “se esgotaram”. Ele disse que “é por isso que Israel iniciou um ataque contra o grupo” e acrescentou que Israel se esforçará para manter o Hamas fora do conflito.
De acordo com o Times of Israel, as tensões ao redor da Faixa de Gaza aumentaram após a prisão de Bassam Saadi em Jenin na noite de segunda-feira. Desde então, as Forças de Defesa de Israel reforçaram as forças e fecharam rotas ao longo da fronteira devido ao medo de uma vingança iminente de um míssil guiado antitanque ou um ataque de atiradores da Jihad Islâmica.
Ameaças
As precauções colocaram em grande parte os moradores das comunidades fronteiriças sob bloqueio.
“Para nossos inimigos em geral e para os líderes do Hamas e da Jihad Islâmica, digo explicitamente: ‘Seu tempo é limitado. A ameaça será removida de uma forma ou de outra’”, disse Gantz durante uma coletiva de imprensa no Comando Sul militar em Beersheba.
Ele disse que o grupo terrorista estava mantendo os cidadãos de Gaza “reféns”, pois devido às suas ameaças, a Passagem de Erez – usada por milhares de palestinos por dia – permanece fechada.
“Quem roubar o sustento de 14.000 trabalhadores, fizer apodrecer produtos agrícolas nas passagens, causar falta de eletricidade e alimentos, antes de tudo,