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Israel é criticado por que deseja usar terras férteis em seu território

Israel é criticado por que deseja usar terras férteis em seu território



O local, perto da ponta norte do Mar Morto, é objeto de disputa com os palestinos.

Israel confirmou na semana passada que deseja utilizar uma grande faixa de terra fértil na Cisjordânia, numa área próxima à Jordânia. Após ser anunciada, a medida gerou quase imediatamente críticas de parte da comunidade internacional.
 
Um representante do Ministério da Defesa israelense justifica que a decisão política de usar o território foi tomada pois “estão no último estágio para serem declaradas terras do Estado”. O local, perto da ponta norte do Mar Morto, é objeto de disputa com os palestinos.
 
Noticiado pela Rádio do Exército de Israel, o território que será colonizado tem 154 hectares. Fica no vale do Jordão, perto de Jericó. Israel já possui muitas fazendas de assentamentos na área, mas o local é parte do território que os palestinos desejam incorporar ao seu Estado.
 
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, emitiu um comunicado criticando a decisão de se usar a terra na Cisjordânia, algo que não era anunciado desde agosto de 2014.
 
“Aumentar assentamento são uma violação da lei internacional. Vai contra os pronunciamentos públicos do governo de Israel, que apoiam uma solução de dois Estados para o conflito”, afirmou Ban em um comunicado.
 
Na realidade, o terreno já é parcialmente cultivado por colonos judeus pois a área está sob controle civil e militar de Israel.
 
Os Estados Unidos, através do vice-porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, disse se opor firmemente a qualquer medida que acelere a expansão dos assentamentos.  “Acreditamos que isso seja fundamentalmente incompatível com uma solução de dois Estados e colocamos em dúvida, francamente, o compromisso do governo israelense com uma solução de dois Estados”, afirmou.
 
“Israel está roubando terras, especialmente no Vale do Jordão”, afirmou Hanan Ashrawi, antiga líder da Organização de Libertação da Palestina. “Esse deve ser um motivo para uma intervenção real e eficaz pela comunidade internacional, visando acabar com tal flagrante e grave agressão que acaba com todas as chances de paz.”
 
Apesar das pressões, o governo de Israel não deu indícios que voltaria atrás na decisão. Esta semana foram derrubadas estruturas construídas pela ONU na região, que não estavam sendo utilizadas. Com informações Reuters e Ynet News