Homem que pagou curso de Direito vendendo água nas ruas se forma na faculdade
Uma história de persistência e vitória! Este homem pagou o curso de Direito vendendo água nas ruas de Fortaleza e trabalhando como pedreiro. Agora ele conseguiu se formar na faculdade e tirou a carteirinha da OAB. Olha que virada!
Desde a adolescência, Antônio Furtado, de 45 anos, sonhava em ser advogado. Natural de Magé, Rio de Janeiro, ele cresceu ao lado da mãe, uma dedicada cuidadora de crianças com síndrome de Down. Seu desejo de estudar direito era impulsionado pela vontade de defender esses jovens, frequentemente desrespeitados.
“Eu acreditava que sendo advogado eu poderia garantir os direitos dessas pessoas, os meus e os da minha família”, disse ele ao jornal O Povo. Vencendo as dificuldades, agora Antonio comemora a carteira da OAB que conquistou e já está atuando na área de Direito Previdenciário.
Mudar de vida
Nas visitas que fazia ao pai, que morava em Fortaleza, Antônio ficou cada vez mais encantado pela capital cearense.
Então, aos 35 anos, tomou a decisão de se mudar definitivamente para o Ceará em busca de novas oportunidades.
Mas quando chegou teve muitos momentos de dificuldade financeira e foi trabalhar nas ruas para conseguir dinheiro.
Foi a orientação de uma psicóloga que o motivou a retomar os estudos e se matricular no curso de direito.
Custos da faculdade
Embora tivesse desconto, pagar o curso ainda era muito caro.
Durante os primeiros dois anos, trabalhou como ajudante de pedreiro para custear as mensalidades da faculdade.
Mas com a incerteza das obras, ele começou a vender água nas ruas da cidade.
Antônio conta que teve dificuldades no início, mas aprendeu muito com essa experiência.
Estudava durante fim de semana
A rotina era intensa. Além do trabalho durante a semana, Antônio dedicava os finais de semana aos estudos.
Essa maratona durou três anos, até a formatura e a recente aprovação na prova da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará.
Antônio agora se sustenta com sua profissão de advogado e fica feliz em poder trabalhar nas causas de pessoas que o apoiaram na graduação.
“Quero trabalhar, ganhar meu dinheiro honestamente e poder dormir bem à noite, sabendo que fiz a aposentadoria de uma idosa, ou um benefício para uma criança que precisa desse dinheiro. Aquilo que o direito fala sobre a dignidade da pessoa humana”, disse Antônio.