Guiné: crendice faz moradores matarem agentes de combate ao ebola
Ainda não se sabe a motivação do crime, mas a tensão entre agentes de saúde e moradores já faz parte do cotidiano na região.
Nove membros de uma equipe de saúde foram mortos por moradores de uma aldeia na Guiné, nesta quinta-feira (18). Seis pessoas foram presas. Ainda não se sabe a motivação do crime, mas a tensão entre agentes de saúde e moradores já faz parte do cotidiano na região. Parte da população rejeita ajuda dos agentes por acreditar que o ebola é um mito criado pelo governo e que muitos voluntários estão ali para propagar o vírus.
O caso aconteceu em uma comunidade próxima à cidade de Nzerekore, no Sul da Guiné. A equipe desapareceu depois de ser apedrejada pelos moradores quando eles chegaram na aldeia de Wome. Há relatos de que jornalistas também estivessem entre as vítimas.
Na quinta-feira à noite, o porta-voz do governo da Guiné, Albert Damantang Camara, disse que as vítimas haviam sido “mortas a sangue frio pelos moradores”. Os corpos apresentavam sinais esfaqueamento.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de 700 novos casos de Ebola surgiram na África Ocidental em apenas uma semana, mostrando que o surto está se acelerando. De acordo com o último balanço, dos mais de 5.300 casos conhecidos desde fevereiro, quase metade foi registrado nas últimas três semanas. Ao todo, são mais de 2.600 mortos.
Além da Guiné, os casos também estão concentrados na Libéria, Senegal, Nigéria e Serra Leoa. Neste último, autoridades locais impuseram um toque de recolher de três dias para que os trabalhadores de saúde possam encontrar e isolar novos casos de ebola. O objetivo é manter moradores confinados em suas casas durante a operação, evitando assim que a doença se espalhe ainda mais.
Fonte: O Globo