Governo do Tajiquistão queima material evangélico e proíbe crianças de ir a cultos
Lei do país proíbe a propaganda de religião estrangeira, ou seja, não islâmica
O governo do Tajiquistão, país asiático onde 97% da população é muçulmana, aumentou a repressão ao cristianismo. Dentro os 9 milhões de habitantes, apenas 61 mil seguem a Jesus.
Em meados de fevereiro, agentes do governo queimaram mais de 5 mil calendários que continham versículos bíblicos. O material, importado por uma igrejas batista, foi detido no Aeroporto Internacional de Duchambé. Rahmonali Rahimzoda, responsável pela apreensão, explicou que o material foi confiscado em dezembro e precisavam ser destruídos porque faziam “propaganda de uma religião estrangeira”, no caso, o cristianismo.
Ele assegurou ainda que é ilegal levar para o Tajiquistão qualquer literatura religiosa sem a “aprovação especial do” Ministério da Cultura. A Igreja Batista do Tajiquistão, que tem apenas 200 membros, foi multada de 4.000 somonis, cerca de 1.500 reais.
Um relatório da Missão Portas Abertas demonstra que o Tajiquistão implementou uma nova lei que barra a participação de crianças em qualquer atividade religiosa. “O Comitê Estadual de Questões Religiosas e Regulação das Tradições, Cerimônias e Rituais passou a exigir todos os tipos de informações sobre o número de membros, finanças e atividades das comunidades religiosas”, explica o material.
Segundo a missão, o acesso de crianças a cultos evangélicos está sendo proibido na prática, embora não conste da lei. O oficial responsável por comunidades não muçulmanas fez uma visita surpresa a uma comunidade cristã para obter informação. Enquanto estava lá, viu algumas crianças menores de 10 anos. Alguns dias depois convocou os líderes cristãos foram interrogados e a comunidade foi multada no equivalente ao salário médio de quase oito meses de trabalho por violar a Lei de Religião.
Isso gerou um temor nas demais igrejas do país que ocupa a 29ª posição no ranking de perseguição ao cristianismo da Portas Abertas.