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EUA e Rússia mantêm primeiros contatos militares sobre crise na Síria

EUA e Rússia mantêm primeiros contatos militares sobre crise na Síria



Washington acusa Moscou de aumentar soldados russos na Síria. Conflito na Síria já deixou 240 mil mortos.

Estados Unidos e Rússia mantiveram conversas sobre a Síria, ao mesmo tempo em que Moscou informou estar disposta a estudar o envio de tropas para ajudar o regime sírio em sua luta contra o terrorismo se o presidente Bashar al-Assad pedir.

O conflito sírio já deixou 240 mil mortos em quatro anos e meio e é um dos principais motivos para a migração em massa para países da Europa.

O ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, e seu colega americano, o secretário Ashton Carter, que jamais haviam conversado pessoalmente, abordaram durante uma hora a situação na Síria, em um primeiro encontro que o porta-voz do Pentágono, Peter Cook, classificou de "construtivo".

Há dias Washington acusa Moscou de aumentar o número de soldados russos na Síria, principalmente em Latakia (noroeste), reduto do regime de Damasco, onde dirigentes americanos afirmam que a Rússia constrói uma "base aérea avançada".

As relações diretas entre militares dos dois países estavam suspensas há meses porque os Estados Unidos e a Otan romperam contatos com a Rússiaem abril do ano passado como protesto ante a intervenção na Ucrânia.

"A conversa mostrou que seus dois pontos de vista são próximos, inclusive idênticos, na maioria dos problemas mencionados", assegurou, por sua parte, o porta-voz do ministério russo da Defesa, Igor Konachenkov, citado pela agência de notícias oficial TASS.

"A necessidade de coordenar os esforços bilaterais e multilaterais para combater o terrorismo internacional foi o centro da reunião", acrescentou.

Pouco antes do encontro, o presidente Barack Obama considerou que conversações entre militares dos dois países eram a "próxima etapa importante", segundo o secretário de Estado, John Kerry, que se reuniu três vezes com seu colega russo Serguei Lavrov em uma semana.

Choigu e Carter concordaram em continuar com as conversas sobre a Síria, segundo seus porta-vozes.

Bombardeios do regime
Oficialmente, a Rússia apenas está presente na Síria em suas instalações militares no porto de Tartus, às margens do Mediterrâneo.

A Rússia reclamou em várias ocasiões junto à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que coopere com o exército sírio.

O presidente Putin propôs, além disso, a criação de outra coalizão militar com a Turquia, Arábia Saudita e o exército sírio para lutar contra os jihadistas.

A Rússia enviou quatro aviões de combate em uma base aérea na Síria, onde foi aumentando suas forças nas últimas semanas, informou nesta sexta-feira o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos expressaram sua preocupação sobre a movimentação russa para apoiar o regime do presidente sírio, Bashar al Assad.