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Estado Islâmico toma Norte da cidade síria de Palmira

Estado Islâmico toma Norte da cidade síria de Palmira



Coalizão liderada pelos EUA mata líder de alto escalão do grupo jihadista

BAGDÁ — Depois de dias de tentativa, jihadistas do Estado Islâmico (EI) conseguiram neste sábado se apoderar do Norte da cidade histórica de Palmira, no deserto sírio, enquanto no Iraque tomaram a maior parte de Ramadi, no Oeste do país. Nas últimas 48 horas, durante o avanço em direção à cidade histórica, os combatentes extremistas executaram quase meia centena de civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

— O EI tomou o controle da maior parte do Norte de Palmira, e neste momento estão ocorrendo violentos combates — disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, grupo com sede em Londres.

Palmira tem uma importância estratégica para os jihadistas, já que sua conquista abriria caminho em direção ao deserto sírio, limítrofe com a província iraquiana de al-Anbar. Também estão ali depósitos de armas e quartéis de forças governamentais, além de um aeroporto militar.

— O EI quer mostrar que continua ampliando seu controle entre Síria e Iraque, apesar dos ataques da coalizão internacional liderada pelos EUA — afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, com sede em Londres.A Força Aérea do governo sírio, Bashar al-Assad, já havia bombardeado os arredores da cidade, cujas ruínas arqueológicas fazem parte da lista de patrimônio da Humanidade desde 1980.

Na sexta-feira, em comunicado, o grupo radical sunita afirmou que seus combatentes “tomaram de assalto o complexo governamental no centro de Ramadi, mataram os renegados e explodiram os edifícios do governo de Anbar e do quartel-general da polícia”.

Do outro lado, os Estados Unidos anunciaram neste sábado que suas forças especiais mataram um líder de alto escalão do grupo e capturaram sua esposa na Síria, a primeira operação terrestre dirigida contra um integrante de alto escalão do EI anunciada pelos Estados Unidos.

— Sob ordens do presidente (Barack Obama), as forças americanas baseadas no Iraque realizaram uma operação em al-Amr, no Leste da Síria, para capturar o líder de alto escalão do EI conhecido como Abu Sayyaf e sua esposa Umm Sayyaf — declarou neste sábado a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC), Bernadette Meehan.

Durante a operação na noite de sexta-feira, Abu Sayaf foi abatido em um tiroteio com as forças americanas. A esposa do jihadista, que os Estados Unidos suspeitam que também seja integrante da organização e que “desempenhava um papel importante nas atividades terroristas do EI”, está em uma prisão americana no Iraque.

Uma operação com tropas em terra é um recurso pouco habitual por parte dos EUA que combatem os militantes com bombardeios aéreos tanto na Síria quanto no Iraque. Em 2014, outro comando tentou salvar o jornalista americano James Foley, na Síria, mas a intervenção fracassou. Foley foi executado.

Ainda segundo Washington, a incursão permitiu libertar uma jovem yazidi (minoria de língua curda) que parecia ser escrava do casal. O Pentágono acredita que o líder do EI ajudava diretamente com as operações militares do grupo e no tráfico de petróleo. Situado na província petrolífera de Deir Ezzor, controlada em grande parte pelo grupo extremista, al-Omar é um dos maiores campos petrolíferos da Síria. O EI se apoderou da maioria dos campos petrolíferos e de gás do Leste sírio, mas os bombardeios da coalizão dificultam em parte seu aproveitamento como recurso financeiro.

No Iraque, o governo enviou reforços para tentar evitar que o grupo conquiste totalmente Ramadi, num momento em que os jihadistas estreitavam o cerco em torno das últimas posições do exército regular nesta cidade, capital da província de al-Anbar. Na sexta-feira, Obama afirmou que provavelmente a solução para a crise não seja militar e que será preciso privilegiar uma cooperação com as monarquias do Golfo e outros países da região, como a Turquia.

No mesmo dia, no entanto, o vice-presidente americano, Joe Biden, afirmou que seu país intensificará a ajuda ao Iraque, com o objetivo de vencer o EI, um apoio que inclui a entrega de armas pesadas, munições e suprimentos, informou a Casa Branca em um comunicado.