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Diretório estadual da Rede critica vereador por projeto contra ideologia de gênero nos livros munici

Diretório estadual da Rede critica vereador por projeto contra ideologia de gênero nos livros munici



Luiz Eustáquio fez um requerimento pedindo a retirada dos livros; partido afirma que não compartilha da visão do vereador

Mal chegado à Rede Sustentabilidade, o vereador do Recife Luiz Eustáquio já causou mal-estar dentro do partido por conta de um requerimento do ex-petista, que pede a retirada dos livros didáticos que tragam ideologia de gênero no conteúdo. Com opinião contundente, o diretório estadual do partido fez questão de declarar, por meio de nota, que "o posicionamento adotado pelo vereador Luiz Eustáquio, não representa a opinião da Rede Sustentabilidade".
 
O texto do partido diz ainda que é contrário ao requerimento e que o Estatuto da Família – que define família como uma união entre homem e mulher – tem uma "posição conversadora". "Para a Rede, essa definição não é apenas um retrocesso, mas também um claro desafio à Constituição Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF)", continua.
 
A nota oficial segue dizendo que o requerimento feito pelo vereador representa, além de um retrocesso, "um absurdo desperdício do dinheiro público investido na aquisição desse material, sobretudo neste momento de grave crise econômica".
 
Finalmente, o diretório estadual da Rede afirmou que os grupos sociais conservadores tentam "eliminar o debate público sobre gênero, superação do preconceito e da discriminação, bem como sobre o direito humano à educação", finaliza o texto.
 
Procurado pelo JC, Luiz Eustáquio não atendeu às ligações.
 
 
ENTENDA O CASO
 
Na semana passada, o vereador Luiz Eustáquio, juntamente com o deputado estadual Joel da Harpa (PTN), combinaram uma crítica sobre livros didáticos que tratam de ideologia de gênero e que estariam sendo distribuídos para alunos do Ensino Fundamental do município. Segundo os legisladores, a obra descumpre os planos estadual e municipal de educação, já que menções ao tema foram retiradas dos dois documentos por pressão das bancadas evangélicas.
 
O caso rendeu tanta repercussão que o vereador Carlos Gueiros (PSB) também apresentou um projeto de lei que proíbe todas as escolas municipais que utilizem os livros. "Se os livros que discutam gêneros entrarem, tudo o que debatemos aqui não servirá de nada", frisou o socialista.
 
Esta semana, Luiz Eustáquio chegou a ir até o prefeito Geraldo Julio (PSB), junto com outros 30 pastores de diferentes denominações evangélicas, para que o projeto fosse tirado de pauta. De acordo com Eustáquio, Geraldo prometeu que iria analisar o caso.
 
No entanto, o requerimento foi aprovado nessa terça (1º) por 16 votos a sete no plenário da Câmara. Os vereadores que votaram contra a retirada dos livros foram Henrique Leite, Osmar Ricardo, Jairo Britto Marília Arraes (todos do PT), Isabella de Roldão (PDT) e André Régis (PSDB).