Conheça os 11 alunos da rede pública do Rio que só tiraram notas 9 e 10 em todas as disciplinas
Alunos da Escola Municipal Ary Barroso, em Cordovil, ganharam o Prêmio Mérito Escolar Foto: Márcio Alves / Extra
Entre os 42.620 alunos da rede municipal que cursaram o último ano do ensino fundamental em 2014, 11 estudantes se destacaram. Com notas acima de 9 em todas as disciplinas, do início ao fim do ano letivo, esses craques dos livros não enchem uma sala de aula, mas formam uma seleção de campeões. O golaço valeu não só um tablet e o certificado do Prêmio Mérito Escolar, da Prefeitura do Rio, mas também um passaporte para escolas de ensino médio de excelência.
— O objetivo do prêmio é que a escola se envolva com vigor no aprendizado do aluno — explica a secretária municipal de Educação, Helena Bomeny.
Quem bateu um bolão foi a Escola Municipal Ary Barroso, de onde saíram os 11 artilheiros da educação carioca. E se engana quem pensa que os professores afrouxaram nas notas para beneficiar os adolescentes. Prova disso é que todos foram aprovados em colégios de ponta da rede pública para cursar o ensino médio, como Cefet, Faetec, Pedro II e Nave.
— Talvez a gente valorize mais os nossos alunos. Acho que esse cuidado e essa sensibilidade que temos com cada um deles faz a diferença no final — diz a diretora da Ary Barroso, Rosa Ferreira Muniz da Silva.
Cleyton Faria, de 15 anos, morador de Brás de Pina
Quando chegou à Ary Barroso, Cleyton já sabia onde estava pisando, pois seu pai e sua tia haviam estudado na escola. Para entrar no novo ritmo, mais forte do que o da escola municipal onde estudava antes, aumentou as horas de estudo em casa. Hoje, Cleyton está no Cefet, mas passou também para Faetec e Nave.
Gabrielle Reis, de 15 anos, moradora de Cordovil
Incentivada pelos pais — um metalúrgico e uma administradora — a sonhar alto, Gabrielle decidiu cedo que faria faculdade de Direito. Para conquistar o objetivo, ela, que sempre estudou na rede pública, buscou reforço nos livros e em sites especializados. Hoje, estuda no Pedro II, mas passou também para Faetec, Nave e Cefet.
Marina de Melo, de 15 anos, moradora de Vigário Geral
Marina sempre estudou na rede pública e, decidida a voar o mais longe possível, pensava em cursar o ensino médio numa escola federal. Mas ela foi além. Pinçada pelo projeto Ismart, uma ONG que investe em jovens talentos, ela ganhou bolsa para estudar no colégio particular pH. Também passou para Nave e CAp-UFRJ.
Scarlet Alexsa, de 15 anos, moradora da Vila da Penha
Scarlet quer fazer faculdade de Astronomia. Sua mãe, que não tem curso superior, estranha a escolha da filha, mas vibra com o simples fato de Scarlet ter condições de perseguir esse sonho. Hoje, a adolescente estuda na Fiocruz, mas passou também para Cefet e Pedro II, e ganhou uma bolsa no colégio particular Pensi.
Nathanael Fuly, de 14 anos, morador de Cordovil
Nathanael estudou do 1º ao 5º ano em escola particular, mas foi incentivado pelos pais, que são professores, a mudar para a Escola Municipal Ary Barroso. “Vários amigos dos meus pais falaram da boa fama da escola e eu batalhei para mudar. O ensino ficou até mais puxado”, diz ele, que hoje é aluno do Cefet.
Rebeka Mota, de 14 anos, moradora de Cordovil
Os pais de Rebeka não fizeram faculdade — ele é técnico em eletrônica e ela é dona de casa —, mas a adolescente, hoje, não tem dúvidas de que conseguirá conquistar um diploma. Seu irmão mais velho já havia estudado na Ary Barroso e foi quem a incentivou a entrar lá. Valeu a pena. Hoje, ela estuda na Faetec.
Karolynne de Morais, de 15 anos, moradora de Cordovil
Karolynne precisou migrar da rede particular para a municipal por questões financeiras. Em vez de seu rendimento cair, como ela temia, foi às alturas na escola Ary Barroso. “Eu preferia ter ido para lá muito antes”, diz ela, que hoje tem uma bolsa de estudos no colégio particular Pensi, mas também passou para o Nave.
Carlos dos Santos, de 14 anos, morador de Cordovil
Quando o orçamento da família apertou, os pais de Carlos — ele taxista e ela dona de casa — mudaram o filho da escola particular para a rede pública. O que eles não esperavam era que a mudança faria tão bem. Hoje, o adolescente estuda com bolsa no Pensi, mas também passou para o Pedro II, Faetec e Nave.
Isabella Geoffroy, de 15 anos, moradora da Penha
Quando soube que, por questões financeiras, precisaria mudar da escola particular para uma municipal, Isabella ficou receosa. “Eu tinha preconceito, achava que não ia aprender nada. Hoje, não me arrependo”, diz ela, que agora estuda no Nave, mas também passou para a Faetec e ganhou bolsa no colégio particular Pensi.
Luiz Felipe Fontes, de 15 anos, morador de Brás de Pina
Por meio de amigos, Luiz Felipe já sabia que a Ary Barroso tinha bons resultados. Quando a situação financeira da família apertou, e ele teve que deixar a rede particular, fez de tudo para ir para lá. “Até levei meu boletim, para mostrar que tinha boas notas”. Hoje, estuda no Pensi, mas passou ainda para Faetec, Nave e Fiocruz.
Milena Barbosa, de 14 anos, moradora de Cordovil
O irmão de Milena já tinha estudado na Ary Barroso, mas, mesmo assim, ela hesitou antes de trocar a rede particular pela pública. Hoje, não se arrepende. “Foi melhor do que as escolas particulares em que eu estudei”, diz Milena, que está no Colégio Estadual Gomes Freire, mas também passou para o Nave e o Cefet.