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Confederação Brasileira de Basquete demite preparador físico após post contra aborto

Confederação Brasileira de Basquete demite preparador físico após post contra aborto



Diego Falcão foi demitido após as jogadoras da seleção feminina reclamarem sobre seu apoio ao “PL Antiaborto”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE FOLHA DE S.P

A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) demitiu o preparador físico da seleção feminina após ele publicar posts contra o aborto nas redes sociais.

Segundo a Folha de S.Paulo, Diego Falcão fazia parte da comissão técnica e se declarou a favor do “PL Antiaborto” nos últimos dias.

Em postagem, Diego, que é cristão católico, afirmou que “qualquer país que aceite o aborto não está ensinando o seu povo a amar, mas a usar qualquer violência para conseguir o que deseja”.

A decisão da CBB aconteceu após um pedido das jogadoras, que ficaram incomodadas com o pocisionamento pró-vida do preparador.

As atletas, incluindo Clarrisa dos Santos e Damiris, criticaram Falcão nas redes sociais após suas postagens.

“Inaceitável que um profissional, que trabalha com o feminino, demonstre esse tipo de posicionamento nas redes sociais. O estupro é um crime grave”, escreveu Damiris.

No domingo (23), Diego se pronunciou sobre o caso, agradecendo o apoio que recebeu através de mensagens.

“Quero agradecer de coração a todos que me enviaram mensagens positivas, ligaram e manifestaram publicamente seu apoio. No início, foi muito difícil assimilar tudo, mas o apoio de vocês me emocionou profundamente”, escreveu ele.

“Em breve, vou falar com vocês, como sempre fiz na minha vida, me posicionar com clareza e transparência. Obrigado por estarem ao meu lado nesse momento. Não brinquem com as coisas de Deus!”, acrescentou.

O profissional ainda citou uma frase de Billy Graham sobre a rejeição da mensagem do Evangelho:

“O mundo aceita bem todas as religiões, só não aceita o Evangelho porque o Evangelho exige mudança. É impossível viver para Deus, sem morrer para o mundo”.

 

 

Desinformação sobre a PL Antiaborto

O Projeto de Lei (PL) 1904/24, de autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pretende punir com as mesmas penas aplicáveis ao homicídio a realização de aborto após a vigésima segunda semana de gestação, direcionadas especificamente ao médico que realizar o procedimento.

A principal justificativa para a elaboração do PL, segundo seu autor, é a proteção da vida, uma vez que em uma gestação de 22 semanas (cinco meses e meio) já há a possibilidade de a criança sobreviver fora do ambiente uterino.

Após a aprovação da urgência do PL, o que significa que ele será analisado diretamente no plenário da Câmara sem discussões prévias em comissões temáticas, a proposta passou a sofrer uma intensa narrativa e desinformação para dificultar seu avanço.

De acordo com o deputado federal Nikolas Ferreira, os argumentos contrários são sustentados por narrativas que distorcem o teor do projeto, como por exemplo, alegações de que com sua aprovação haveria punição a menores e ainda que a proposta beneficia o estuprador. Os contrários batizaram a proposta pejorativamente de “Projeto do Estuprador”.

É essencial destacar que indivíduos menores de 18 anos não serão sujeitos a essa penalidade, já que o Código Penal os classifica como inimputáveis. Portanto, a ideia de que o projeto de lei puniria menores é sem base.

Quanto à preocupação de que o projeto possa elevar a vulnerabilidade de mulheres grávidas em consequência de estupro, é importante notar que a legislação proposta não modifica as circunstâncias que excluem a punibilidade do aborto em situações de estupro ou quando há risco à vida da mãe até o ponto de viabilidade do feto.

O aborto no Brasil continua permitido em três situações específicas, sem um limite de idade gestacional estipulado: quando houver estupro, quando a vida da mulher está em risco e em casos de feto anencéfalo (que não tem cérebro).