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Computador é escudo para quem gosta de brigar na internet

Computador é escudo para quem gosta de brigar na internet



Provavelmente, os brigões da internet não seriam tão agressivos cara a cara

Vitória ou derrota de um time, desavenças políticas, religião, notícias cotidianas, música, novelas, reality shows, opiniões pessoais, diretas ou indiretas. Qualquer post pode virar motivo para uma discussão ferrenha nas redes sociais.
 
Para Wildney Feres Contrera, professora da Pós-Graduação em Comunicação, Redes Sociais e Opinião Pública do Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo, o que ocorre é a vazão de sentimentos reprimidos que podem ser extravasados graças à impessoalidade que a internet proporciona.
 
"Certamente, essas pessoas já são agressivas no seu cotidiano, mas na internet se sentem protegidas de julgamentos morais ou éticos que podem prejudicar sua imagem na vida real", explica.
 
A docente diz que uma coisa é polemizar no mundo virtual, outra bem diferente é fazer isso no mundo real, no qual as discordâncias têm pesos diferentes. "É como ter um post com muitas curtidas, que causa o sentimento de aceitação por um grupo e alimenta a autoestima, algo que raramente acontece no cotidiano", completa.
 
A comunicação virtual possibilita extravasar a raiva, a revolta e até preconceitos de uma forma virulenta porque o indivíduo acha que está protegido –o computador seria uma espécie de "escudo". Nas redes de relacionamento as pessoas –em especial, as mais jovens– mostram um lado de sua personalidade que não têm coragem de expor cara a cara.
 
"As redes sociais funcionam como uma forma de experimentação de sensações, principalmente para quem foi ou se sente muito reprimido e que gostaria de ter outro perfil", declara a psicopedagoga Quezia Bombonatto, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia).