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Casas de 50m2 por R$ 27 mil: impressão 3D

Casas de 50m2 por R$ 27 mil: impressão 3D



Estudantes da Universidade de Brasília desenvolveram uma impressora 3D para construir casas para famílias que recebem até 3 salários mínimos.

Estudantes da Universidade de Brasília desenvolveram uma impressora 3D para construir casas para famílias que recebem até 3 salários mínimos.
São casas de 50m2, que custam R$ 27 mil.
A ideia é tão bacana que foi selecionada para competir na Copa do Mundo de Startups Universitárias, que ocorre em Copenhague, na Dinamarca, de 14 a 18 de setembro.
A competição oferece mentoria, workshops e encontros com financiadores para os participantes. Quem vencer leva 100 mil dólares para que a startup, empresa recém-criada com ideias inovadoras na área da tecnologia, tire o projeto do papel.

Como
Com uma impressora 3D, a InovaHouse 3D quer construir casas para famílias que recebem até três salários mínimos.
Para produzir a matéria prima, os estudantes utilizam entulho da construção civil.

“A nossa principal motivação é entregar para a sociedade uma construção civil mais sustentável e mais barata e combater o índice de pessoas sem teto e de casas construídas irregularmente”, define a aluna de engenharia elétrica Juliana Martinelli, 23 anos.

Com os colegas de curso André Mitsuo, 24, Eduardo Gonzalez, 22, e Lorena Tameirão, 25, e a estudante de engenharia civil Bruna Figueireido, 21, Juliana forma o time que toca o projeto.

Ajuda
A competição cobre os custos de ida de um participante, mas como o evento promove várias atividades simultâneas, a recomendação é que a startup leve três membros.

Do grupo, Juliana, André e Lorena pretendem ir para a Dinamarca.

Para bancar os custos de passagem, hospedagem e alimentação para dois deles, a InovaHouse 3D começou uma campanha no site Kickante. Os estudantes têm 16 dias para arrecadar R$ 18 mil.

A participação na Copa do Mundo de Startups é importante para que InovaHouse 3D encontre investidores.

“Precisamos de investimento externo agora, mas é difícil. A startup é um investimento de risco, porque não está há 10 anos no mercado e não se estabeleceu ainda. O investidor fica com receio de o projeto dar certo ou não”, afirma Juliana.

Hoje, o grupo trabalha de forma voluntária e financia o projeto com recursos próprios.

“Queremos levar o nome da UnB e do Distrito Federal para a competição”, conta Juliana.

A ideia
“Minha ideia era fazer o projeto para países que passaram por guerra civil ou terremoto, mas então percebi que poderia começar aqui, no Brasil. Pensei em fazer algo aplicado ao Distrito Federal, em Sol Nascente”, relata Juliana.

Como a impressora 3D costuma trabalhar com plástico, a InovaHouse 3D precisa criar um material novo para poder construir casas.

“Estamos desenvolvendo um material de origem cerâmica próprio para a construção civil. É parecido com o concreto, mas com algumas propriedades diferentes, como a densidade”, afirma Juliana.

Além disso, o projeto é aberto, ou seja, qualquer um pode reproduzir a tecnologia desenvolvida e aprimorá-la.

“Há o contra de não ficarmos com todo o lucro, mas a impressora 3D tradicional surgiu com o conceito de ser aberta. Se fosse patenteada, ficaria engessada e não teria se difundido tanto. Isso acaba barateando a tecnologia”.

Com informações do CorreioBraziliense