BOLSONARO ACIONA MINISTÉRIOS PARA PUNIR MILITANTES QUE INVADIRAM IGREJA EM CURITIBA
Arquidiocese de Curitiba afirmou que “lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos” e repudiou a “profanação”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais ontem (7/2) pedir a punição de manifestantes que entraram em uma igreja em Curitiba/PR para protestar pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe. O chefe do Executivo disse que acionou os ministérios da Justiça e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para acompanharem o caso.
“Se esses marginais não respeitam a casa de Deus, um local sagrado, e ofendem a fé de milhões de cristãos, a quem irão respeitar?”, postou o presidente.
Na ação gravada é possível ver os militantes entrando na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Segundo nota da Arquidiocese de Curitiba, a invasão ocorreu no último sábado (05) em torno de 17h, mesmo horário da celebração da missa.
Em nota, a Arquidiocese de Curitiba afirmou que “lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos” e repudiou a “profanação injuriosa”.
“É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas”, diz texto assinado pelo arcebispo Dom José Antonio Peruzzo.
Nas redes sociais, Bolsonaro citou o artigo 208 do Código Penal, que diz que “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”. Segundo Bolsonaro, a pena poder ser a detenção de um mês a um ano ou pagamento de multa.
“Acionei o Ministério da Justiça e da Segurança Pública e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para acompanharem o caso, de modo a garantir que os responsáveis pela invasão respondam por seus atos e que práticas como essa não ganhem proporções maiores em nosso país”, completou Bolsonaro.