Atletas se recusam usar logo LGBT do time por causa de sua fé: “Cremos em Jesus”
Os jogadores do Tampa Bay Rays optaram por não participar por suas crenças religiosas.
Um time da Liga Principal de Beisebol dos Estados Unidos está fazendo uma campanha de apoio à comunidade LGBTQ+, mas alguns jogadores decidiram ficar de fora, por causa de seus princípios cristãos.
O Tampa Bay Rays, um time sediado na Flórida, confeccionou camisetas e bonés com o logo do arco-íris para o evento “Noite do Orgulho Gay” no Tropicana Field, o estádio do time.
Mas nem todos os jogadores queriam ser incluídos na campanha e optaram por usar o uniforme padrão. Entre eles, estão os arremessadores Jason Adam, Jalen Beeks, Brooks Raley, Jeffrey Springs e Ryan Thompson.
Adam, escolhido para falar em nome dos jogadores que optaram por não participar, disse que era principalmente uma questão de crenças religiosas.
“Muito disso se resume à fé, é uma decisão baseada na fé”, disse Adam. “Então é uma decisão difícil.”
O jogador disse que os atletas chegaram ao consenso de que “todos são bem-vindos e amados”, mas há um peso diferente quando carregam a mensagem LGBTQ+ em seus corpos.
“Muitos dos caras decidiram que é um estilo de vida que talvez — não que eles menosprezem alguém ou pensem de maneira diferente — talvez não queremos incentivar, se cremos em Jesus, que nos encorajou a viver um estilo de vida que se abstenha desse comportamento, assim como [Jesus] me encoraja como homem heterossexual a me abster do sexo fora dos limites do casamento. Não é diferente.”
Adam continuou lembrando que os jogadores cristãos não estão julgando os homossexuais e nem olhando para a comunidade LGBTQ+ com menosprezo.
“É exatamente o que acreditamos ser o estilo de vida que Ele nos encorajou a viver, para o nosso bem, não para nos conter. Mas, de novo, amamos esses homens e mulheres, nos preocupamos com eles e queremos que se sintam seguros e bem-vindos aqui”, finalizou.
Just people showing their #Pride pic.twitter.com/jtdgHJSLOO
— Tampa Bay Rays (@RaysBaseball) June 4, 2022
Os funcionários do Rays teriam preferido a participação total dos atletas, mas também sentiram que era importante dar aos jogadores a escolha, vendo isso como um exercício “opcional”.
Segundo o jornal Tampa Bay Times, o tema não provocou nenhuma divisão interna entre jogadores e administração do time.
“Eu certamente espero que não”, disse Kevin Cash, manager do time. “Acho que o isso criou foi o que você ouviu – muita conversa e valorização das diferentes perspectivas dentro do clube, mas realmente apreciando a comunidade que estamos tentando apoiar aqui.”
Os Rays tem sido ativos nos apoio LGBTQ+ de várias maneiras, sendo o primeiro time profissional a assinar um amicus brief para a Suprema Corte dos EUA, apoiando o casamento entre pessoas do mesmo sexo e se juntando à campanha “It Gets Better” para combater o bullying juvenil.
No sábado, os Rays incluíram membros da comunidade LGBTQ+ em eventos pré-jogo, distribuíram mini bandeiras de orgulho gay para o público e fizeram uma doação de US$ 20.000 para a Metro Inclusive Health, que fornece diversos serviços de saúde e bem-estar para a comunidade gay.