NOTÍCIAS

Antes Tarde do Que Nunca – Luxembourg se desculpa com comunidade judaica

Antes Tarde do Que Nunca – Luxembourg se desculpa com comunidade judaica



A Agência de Notícias AFP divulgou uma nota do Governo do Principado de Luxembourg onde pela primeira vez desculpa-se pelas injustiças e sua parte no sofrimento da comunidade judaica durante o Holocausto.

A Agência de Notícias AFP divulgou uma nota do Governo do Principado de Luxembourg onde pela primeira vez desculpa-se pelas injustiças e sua parte no sofrimento da comunidade judaica durante o Holocausto.

O Principado do Luxembourg que é um dos países ao lado de Israel na maioria das votações nas assembléias da ONU, finalmente reconheceu as injustiças praticadas pelo seu governo durante a Segunda Guerra Mundial.

No Luxembourg viviam milhares de judeus em uma comunidade vibrante até a chegada dos nazistas. Sob a opressão nazista, o governo e a sociedade de Luxembourg entregou milhares para serem executados e o restante foi simplesmente deportado, perdendo todos os seus bens.

Há registros de que o judeus viviam no país desde pelo menos 1276 EC, durante o período da Peste Negra, eles foram acusados por todos por serem o motivo da morte de milhares de europeus, mas foram acolhidos pelo imperador de Luxembourg Charles IV, após ele, o Imperador Wenceslau retirou a proteção e obrigou-os a deixar o país em 1391. Em 1405 as primeira famílias ricas começaram a voltar ao Luxembourg mas a comunidade não se restaurou, e a volta da comunidade se deu somente no século XVIII EC.

Após as conquistas de Napoleão, em 1794, a comunidade de judeus no Luxembourg retornou com toda força e finalmente floresceu. A primeira sinagoga do país foi fundada em 1823. Samuel Hirsch foi apontado para ser o seu rabino em 1843. A primeira sinagoga provincial foi fundada em 1899.

Em 1927 a população dos judeus no país era de 1171 e triplicou com a chegada de muitos judeus refugiados da Europa Oriental e da Alemanha, chegando a 4200 pessoas.

Os alemães chegaram a Luxembourg em 1940 e cerca de 1500 judeus escaparam para a França e para a Bélgica. Muitos escaparam clandestinamente, e outros com ajuda de indivíduos como o famoso Victor Bodson, um dos membros da lista dos Justos das Nações.

Em 22 de outubro de 1940, a sinagoga de Esch foi detruída. Em maio de 1941, a sinagoga da cidade de Luxemburgo foi fechada pela Gestapo, vandalizada e, em seguida, arrasada.

A partir de 7 de fevereiro de 1941 uma lei determinou o confisco de todos os bens daqueles que emigraram até 1940. A partir de 18 de abril de 1941 a lei foi extendida aos judeus remanescentes no Luxemburgo. As propriedades foram confiscada ou foi vendidas, ou utilizado por várias organizações nazistas.

O dinheiro foi destinado a ser utilizado para o financiamento da política de germanização no Luxemburgo, o chamado Aufbaufonds Moselland. Em novembro de 1941 todas as organizações judaicas foram dissolvidas. e mais de 35 mil Reichsmark(moeda do Luxemburgo) foram confiscados.

A maioria dos judeus que permaneceram no Grão-Ducado foram presos em Fünfbrunnen, um campo de concentração perto de Troisvierges. A partir daqui, 696 prisioneiros judeus foram deportados para guetos, campos de trabalhos forçados e campos de extermínio, dos quais, somente 56 sobreviveram.

Mais de 500 judeus de Luxemburgo que haviam fugido para a França ou a Bélgica e também foram deportados para campos de concentração, dos quais somente 16 sobreviveram.

Ao todo, 1.945 dos 3.500 judeus luxemburgueses do pré-guerra morreram, enquanto 1.555 sobreviveram ao Holocausto por fugir, esconder-se, ou sobreviverem em detenção. No final da guerra, das seis congregações judaicas (Cidade do Luxemburgo, Esch-Alzette. Ettelbrück. Mondorf, Medernach e Grevenmacher) só duas permaneceram, uma no Luxemburgo e outra em Esch.

A delcaração do Governo do Luxemburgo jamais apagará este triste capítulo da história de seu país e dos judeus do Luxemburgo, mas com certeza faz um pouco de justiça para com as comunidades judaicas da Europa que troxeram para ela a cultura, a ciência, o comércio e o progresso.

Seja abençoada a memória dos judeus que caíram no Luxemburgo e que nuca mais atos como estes venham a ocorrer contra o Povo de Israel.

Diretor do Cafetorah