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Alta do dólar bate todos os recordes, mesmo com intervenções do Banco Central

Alta do dólar bate todos os recordes, mesmo com intervenções do Banco Central



Apesar das intervenções do Banco Central (BC), o dólar fechou esta quarta-feira (23) com forte alta e voltou a bater recorde.

O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,146, com alta de R$ 0,092 (2,28%), na maior cotação da história. A divisa acumula alta de 14,3% apenas em setembro e de 55,9% em 2015.

A atuação do BC foi insuficiente para segurar a moeda norte-americana. No início da tarde, a autoridade monetária anunciou três leilões no mercado de câmbio: um leilão de rolagem (renovação) de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), um leilão de novos contratos de swap, que não era realizado desde abril, e a venda de US$ 2 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra.

Além de turbulências internas, o cenário internacional contribuiu para a alta do dólar. A China divulgou que a produção industrial do país atingiu, em setembro, o nível mais baixo em seis anos. Além disso, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou que a desaceleração dos países emergentes pode comprometer a recuperação da Europa, informou Agência Brasil.

Para o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, o Banco Central e o Tesouro devem ser mais agressivos em suas intervenções. “Estamos vivendo algo grave que pode ficar muito pior. Se há perdas todos os dias, isso pode contaminar a indústria de fundos”, afirmou o ex-secretário do Tesouro.

“E se pensarmos no estrago que isso fará na atividade econômica e o efeito negativo nas contas públicas, eu recomendaria fortemente que se usasse a bala na agulha que temos”, afirmou Kawall, referindo-se ao tamanho das reservas internacionais e ao colchão de liquidez que o Tesouro dispõe.

Outra razão para o clima pesado foi a especulação em torno de um novo rebaixamento da classificação de risco do Brasil. Hoje, representantes da agência Fitch se reuniram com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.