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Agente da Defesa Civil se emociona ao auxiliar vítimas de enchente no RS

Agente da Defesa Civil se emociona ao auxiliar vítimas de enchente no RS



Ricardo Selli trabalha há 10 anos na região das ilhas do Guaíba. Água inundou casas e deixa milhares de pessoas fora de casa no estado.

Desde o início da enchente que começou na semana passada no Rio Grande do Sul, agentes da Defesa Civil trabalham para auxiliar as famílias atingidas. As equipes vão até as áreas inundadas e levam mantimentos como alimentos, roupas e material de higiene e limpeza, alguns dos itens prioritários. E mesmo com anos de experiência no trabalho, alguns se emocionam ao lidar com gente que perdeu todos os pertences levados pela água (veja o vídeo).  

 

Agente da Defesa Civil abraça moradora  (Foto: Reprodução/RBS TV)
Agente da Defesa Civil abraça moradora, que chora
(Foto: Reprodução/RBS TV)

"É difícil, é tudo mundo pedindo, é todo mundo precisando de ajuda. É uma vozinha passando por essa situação. As vezes dói, é difícil. Mesmo acostumado, é difícil", diz o agente Ricardo Selli, que trabalha há 10 anos na função, enquanto abraça uma moradora que não segura as lágrimas.

A mulher se desespera com os prejuízos causados pelo alagamento, mas é consolada pelo agente da Defesa Civil. "Perdi tudo que tinha dentro de casa, não sobrou nada", diz ela. "Calma, não chora. Vai passar isso tudo vai passar, vai passar", responde Ricardo.

Assim como ela, centenas de moradores estão com as casas alagadas esperando ajuda da Defesa Civil. O Guaíba, em Porto Alegre, alcançou a marca máxima de 2,89m, de acordo com o Metroclima, sistema de medição da prefeitura, na segunda (12), mas começou a baixar lentamente. Mas segundo a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), o volume foi recorde, de 2,94m. É a maior cheia desde a grande enchente registrada em 1941.

A água alagou comunidades ribeirinhas situada nas ilhas banhadas pelo Guaíba. Ilha do Pavão, Ilha dos Marinheiros e Ilha da Pintada são algumas das mais afetadas. Mesmo com o tempo seco nesta terça (13), ruas seguem inundadas e muitos moradores foram obrigados a sair de casa.

"Eu perdi tudo, não tem mais nada. A única coisa que eu tenho é a minha geladeira e a minha máquina de lavar, o resto foi tudo. Mandei as minhas filhas para a casa dos outros. A minha filha chorando e querendo vir embora. É muito triste, é muito triste", desabafa a auxiliar de serviços gerais, Simone Borges.

Em algumas áreas alagadas, os veículos não passam, de tão alto que está o volume de água. O percurso só pode ser feito com barcos ou botes. Mas os moradores não esperam. Eles correm em busca de mantimentos.

“Quando chegar mais mantimentos, a gente vai trazer. Tá bom?”, diz Ricardo aos moradores, na tentativa de acalmá-los e dar um pouco de esperança. Ao lado dos colegas, o agente não leva apenas ajuda material. “Para mim, é bom estar aqui dentro da água, ajudando eles”, diz ele.

Casas da Ilha do Pavão ainda alagadas após semana de chuva (Foto: Manoel Soares/RBS TV)
Casas da Ilha do Pavão ainda alagadas após semana de chuva (Foto: Manoel Soares/RBS TV)

A chuva no estado
Subiu para 49.228 o número de pessoas atingidas pela chuva da última semana no Rio Grande do Sul. Segundo o boletim atualizado pela Defesa Civil Estadual no fim da manhã desta terça (13), 57 cidades gaúchas  são prejudicadas pelas enchentes.

Cerca de 9,9 mil pessoas tiveram de sair de casa por causa das inundações. São 5.775 desalojados, que foram para residências de amigos ou familiares, e 4.164 desabrigados, que estão em locais públicos.

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Água do Guaíba atingiu o Cais Mauá, em Porto
Alegre (Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV)

Nesta terça (13), uma semana após o início da chuva que atingiu o Rio Grande do Sul, o sol voltou a brilhar no estado. Mas a trégua vai durar pouco. A previsão indica que nesta quarta-feira (14) o tempo muda novamente no estado. A instabilidade retorna, trazendo mais pancadas, que podem ser fortes em algumas áreas.

Na quinta (15), uma frente fria se forma e reforça a instabilidade. Há chance de temporais, inclusive com queda de granizo, principalmente no Centro-Norte e Leste, inclusive em Porto Alegre e cidades vizinhas.

Somente no final de semana a situação deve mudar. A umidade segue elevada na Região Metropolitana, mas com menos risco de chuva. Aos poucos, a nebulosidade se dissipa e o sol volta a aparecer.