5 mulheres que transformaram o mundo missionário
Sou muito agradecida por essas e tantas outras mulheres que tem trilhado o caminho em ministérios transculturais.
Mulheres tem atuado de forma essencial na proclamação e solidificação do evangelho em diversas culturas e nações desde os tempos primórdios da história da Igreja. Da mulher samaritana por exemplo, que apresentou Jesus à sua cidade até Priscila que viajou por Roma, Grécia e a Ásia menor com o crescimento da igreja, a Bíblia está recheada de mulheres que conheceram à Jesus e então espalharam a mensagem sobre o Reino.
No início do movimento protestante missionário, mulheres eram somente autorizadas a acompanharem seus esposos em missão, mesmo já tendo seu chamado individual e sendo influentes no campo onde atuavam.
Conforme as missões foram progredindo, as mulheres começaram a conquistar mais espaço para moldar formatos que seguimos hoje e abrir oportunidades para homens e mulheres servirem. Abaixo citaremos algumas mulheres que tiveram ou ainda tem impacto na forma como enxergamos missões nos dias de hoje.
Cynthia Farrar: Abriu caminho para missionárias solteiras e educação para meninas
Cynthia foi a primeira missionária Americana solteira a fazer missões fora do país. Apesar da resistência das agências americanas em enviar mulheres sozinhas para a missão, Farrar foi escolhida e enviada para a India por causa de sua excelência em ensino. Ela deixou os Estados Unidos em 1827 e passou 34 anos em Bombay fundando e consolidando uma escola para meninas que acolheu 400 alunas já em seus primeiros 2 anos. Naquela época, a maioria dos pais indianos não queria que suas filhas estudassem, mas mesmo assim Farrar conseguiu criar novas escolas e lotá-las com meninas que tinham o desejo de estudar.
Betty Greene: Abrindo os céus para missionários
Betty Greene era fascinada por aviação desde pequena e seus heróis eram Charles Lindbergh e Amelia Earhart. Ela começou a voar durante a adolescência e iniciou sua carreira professional servindo no Serviço de Pilotos da Força Aerea Feminina na Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra Betty desejava unir sua paixão por voar e sua fé. Ela ajudou a fundar a Irmandade Missionária de Pilotos Cristãos. Durante os 16 anos em que esteve nessa ação, Greene ajudou missionários a viajarem por 12 países e continuou servindo nessa instituição até sua morte em 1997.
Ruth Siemens: Rompendo em oportunidades de montar tendas
Ruth estudou pedagogia em Biola e era membro ativo na integração da Irmandade Cristã na universidade Chico State também. Ela tinha prometido servir a Deus se ele abrisse uma porta, pois ela tinha um chamado para o Peru, porém na época nenhuma oportunidade para lá surgia. Depois de ter começado a dar aula no ensino fundamental no litoral da Califórnia, Ruth foi surpreendida com uma oportunidade de dar aulas no Peru em 1954, não como uma missionária sem salário, mas sim como uma professora assalariada em uma escola bilíngue.
Depois de 3 anos dando aula no Peru e 11 no Brasil, Siemens viu a fidelidade de Deus nesses empregos tanto como sustento e como forma de ministrar sobre Deus. Ruth implantou muitos ministérios universitários.
Quando ela percebeu quantos alunos queriam se envolver em ministérios de tendas, ela começou a conectar os alunos com oportunidades de produção de tendas internacionalmente. Ruth também ajudou a definir o padrão de montar tendas como é conhecido hoje não só para cristãos expatriados conseguirem renda, mas também como algo profissional para pessoas comprometidas com missões e locais de evangelismo transcultural.
Mulheres e a Bíblia na Ásia: Criando caminhos para o evangelho em locais proibidos
Desde os trabalhos missionários mais antigos na Coréia, China e Índia, missionários reconheceram a influência que as mulheres daquelas regiões tinham em seus sistemas familiares e então começaram a fazer um esforço extra em treiná-las a ler e usar as escrituras. Essas mulheres se apaixonaram pela palavra de Deus e por compartilha-la em suas comunidades e fora delas, então o movimento As Mulheres da Bíblia foi lançado. Elas implantaram igrejas, lideraram irmandades e fizeram discípulas apaixonadas pela palavra assim como elas em todos os lugares que íam. Em 1917, uma pesquisa descobriu que o número de Mulheres da Bíblia era 2 vezes maior do que os de missionários estrangeiros naquela região!
Nikole Lim: Levando dignidade através de histórias criativas
Nikole é um exemplo contemporâneo de mulher inovadora em missões. Ela fundou a Freely in Hope (Livre em Esperança), uma ONG e plataforma que fornece educação para sobreviventes de violência sexual para que assim eles consigam realizar seus sonhos. Ela também faz parte do movimento Lausane e da rede cristã Red Letter. A estória verdadeira surge através das lentes de sua câmera. Nikole se formou em produção de filmes na Universidade de Loyola Marymount na California e usa sua experiência como fotográfa e cinegrafista para contar estórias de pessoas ao redor do mundo. Nikole enfatiza o que ela chama de “fotografar com dignidade” e ela consegue mostrar quem são as pessoas de verdade e ajuda outros a trabalhar com isso através de workshops e palestras.
Elisabeth Elliot escreveu, “ Qual é o lugar das mulheres na missão mundial? Jesus disse, ‘ Vocês [e a palavra significa todos vocês, homens e mulheres] são minhas testemunhas. Vocês são sal da terra, luz do mundo.’ Há milhares que sem referencia de onde vieram, o que sabiam ou o que eles eram, ainda sim tem acreditado que Jesus foi bem claro no que disse e se firmam em seguí-lo.”
Sou muito agradecida por essas e tantas outras mulheres que tem trilhado o caminho em ministérios transculturais.
Texto escrito por: Kate Hilderbrandt – gerente ministerial da Agência Missionaria The Mission Society
Traduzido por: Carla Stracke