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A utilização do produto na região genital feminina pode estar ligada à doença

Milhares de mulheres com câncer nos ovários estão processando a gigante Johnson & Johnson, alegando que o talco infantil da marca causou a doença, apontando para uma longa lista de estudos conectando talco ao câncer. A pesquisa data de 1971, quando cientistas do País de Gales descobriram partículas de talco incorporada em tumores cervicais e dos ovários.
 
Desde então, inúmeros estudos ligam a utilização de talco na região genital ao câncer de ovários, incluindo um relatório divulgado este mês que, entre mulheres negras americanas, o uso do talco na região genital está ligado a um aumento de 44% dos riscos de câncer de ovário epitelial invasivo.
 
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer classificou, em 2006, o talco como um possível cancerígeno se utilizado na área genital feminina. Mas a agência, parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), também disse que vegetais em conserva, café e carne processada são possíveis cancerígenos.
 
A Johnson & Johnson diz que seu talco é seguro e argumenta que pesquisas implicando talco são falhas, apontando para estudos que absolvem o produto de qualquer risco de câncer.
 
Então, é possível que o tradicional produto, presente em quase todos os lares com crianças, possa causar câncer? Não se trata de uma pergunta fácil de ser respondida.
 
“Não há como sabermos com certeza se a exposição ao produto pode causar a doença”, disse a Dra. Shelley Tworoger, professora associada de medicina e epidemiologia no Brigham and Women’s Hospital e na universidade de Harvard. “Podemos ter 99% de certeza em alguns casos, mas não há meios de garantir com exatidão que o que vimos é a verdade.”