NOTÍCIAS

China fez acordo com jornalistas para espalhar notícias positivas sobre Pequim, diz relatório

China fez acordo com jornalistas para espalhar notícias positivas sobre Pequim, diz relatório



whatsapp sharing button
sharethis sharing button

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a maior organização de jornalistas do planeta, publicou na última quinta-feira (13) um relatório acusando a China de construir uma rede de jornalistas em veículos espalhados pelo mundo para elogiar Pequim.

Conforme informações divulgas pelo relatório, o Partido Comunista da China (PCCh) está construindo uma série de acordos com veículos e jornalistas ao redor do mundo, de tradução à publicidade. Essa relação teria influenciado a cobertura sobre a Covid-19.

O relatório aponta, ainda, que, graças à pressão do PCCh, durante um período em que a pandemia prejudicou a imagem de Pequim globalmente, a cobertura sobre a China na imprensa internacional foi mais positiva em 2020.

Parte desse resultado ocorreu devido ao fato da China estar mais fechada para a cobertura internacional, dificultando a entrada de jornalistas estrangeiros no país e aumentando, portanto, a dependência da imprensa internacional do “noticiário” estatal.

O documento também reconhece que países que recebem vacinas chinesas para a Covid-19 têm uma cobertura jornalística mais favorável a Pequim do que países que não recebem.

O país comunista, segundo o relatório, também estaria explorando a imprensa com ofertas personalizadas de acesso à informação e recursos. Ele estaria exportando a propaganda política para veículos de imprensa por meio de acordos de compartilhamento de conteúdo e contratos com veículos estatais, como Xinhua e China Daily.

Nesse sentido, o vírus chinês agiu como um catalisador. O país comunista utilizou seus canais de disseminação de mídia,  alimentando veículos estrangeiros com contratos locais e internacionais na língua local, com o objetivo de disseminar notícias positivas sobre sua gerência da pandemia.

O jornal New York Times chegou noticiar que, em alguns países, os jornalistas estão sendo forçados a publicar os mesmos discursos oficiais de Xi Jinping, já traduzidos. Alguns são demitidos por contrariar o discurso. Diplomatas do Partido Comunista também ameaçam jornalistas estrangeiros que publicam críticas a Pequim.

A Federação Internacional de Jornalistas também publicou em 2020 um outro relatório no qual denunciou o aumento da influência do país comunista na cobertura da imprensa internacional.

E em 2019, a entidade francesa Repórteres Sem Fronteiras também publicou um relatório de 52 páginas com as mesmas denúncias sobre o PCCh. Em 2020, a Freedom House também lançou um extenso relatório apontando a crescente influência chinesa na imprensa internacional.