Cristão é multado por carregar chaveiros de cruz
Um tribunal da Argélia retirou a pena de prisão de um cristão condenado por carregar uma Bíblia e outros materiais cristãos. Em um julgamento que aconteceu sem sua presença, Idir Hamdad, de 29 anos, foi condenado no dia 28 de setembro do ano passado, a 6 meses de prisão e a pagar uma multa de 20 mil dinares argelinos, que equivale a cerca de R$ 650,00. Ele só ficou sabendo da condenação 5 meses depois.
No último dia 3 de maio, um outro tribunal derrubou a pena de prisão, mas manteve a multa por suposta “importação de produtos sem licença”. O advogado de Hamdad, Nadjib Sadek, disse que esperava que as condenações fossem retiradas. Ele chamou o veredito de “ridículo” e disse que iria apelar. O advogado afirmou que condenar um cristão por carregar cerca de 20 chaveiros, dos quais quatro ou cinco com cruzes, e cinco echarpes, é uma aberração em vista do artigo 365 do código de imigração, pois os objetos são de baixo valor e não requerem autorização para importação.
Hamdad estava voltando de um treinamento no exterior em abril de 2016 quando foi parado no aeroporto da capital Argel por oficiais da imigração, que vasculharam sua bagagem e encontraram a Bíblia, os chaveiros em formato de cruz e outros livros cristãos. Após ficar oito horas detido e ter todo o material encontrado em sua mala confiscado, o cristão foi liberado a 100 km de sua casa. Depois desse incidente, ele seguiu sua vida normal. Porém, agora, quase dois anos depois, descobriu que seu caso havia voltado à tona.
Igrejas e cristãos argelinos têm enfrentado crescente intimidação nos últimos meses. O grupo de advocacia cristã Middle East Concern, suspeita de que essa pressão sinalize “uma campanha coordenada de intensificação de ações contra cristãos pelas autoridades do governo”. Há vários casos semelhantes a esses nos últimos anos que estão congelados. Entre os cristãos, há a preocupação de que esses casos voltem à tona agora.
A Argélia tem uma população de 41 milhões de habitantes, quase 69 mil são cristãos, sua religião é o Islamismo e o país norte africano ocupa a 58º posição no ranking da perseguição feito pela missão Portas Abertas.
Fonte: Portas Abertas