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Aos 65 anos, mulher entra em sala de aula pela 1ª vez e comove cidade no Paraná: ‘As crianças vão me

Aos 65 anos, mulher entra em sala de aula pela 1ª vez e comove cidade no Paraná: ‘As crianças vão me



Um relato publicado pela jornalista paranaense Izabelle Ferrari na última terça-feira, em seu Facebook, vem comovendo muitas pessoas ao revelar a história de Dona Nena, uma senhora de 65 anos que vem frequentando as aulas de uma escola primária em Foz do Iguaçu.

Um relato publicado pela jornalista paranaense Izabelle Ferrari na última terça-feira, em seu Facebook, vem comovendo muitas pessoas ao revelar a história de Dona Nena, uma senhora de 65 anos que vem frequentando as aulas de uma escola primária em Foz do Iguaçu. Nena é colega de classe de João Vitor, primo de Izabelle. Ambos estão no 1º ano do ensino fundamental.

João Vitor abraça Dona Nena: primo de Izabelle é colega de classe da estudante
João Vitor abraça Dona Nena: primo de Izabelle é colega de classe da estudante Foto: Izabelle Ferrari

A jornalista contou ao EXTRA que decidiu saber mais sobre Dona Nena ao saber de sua história pela mãe de João, sua tia. Ao abordar, o primo, Izabelle confirmou que havia uma mulher de 65 anos em sua classe. Ao perguntar a ele como ela é, escutou: "Ela é velha".

Izabelle, então, decidiu visitar pessoalmente a Escola Municipal Monteiro Lobato e, lá, encontrou Dona Nena sentadinha, rodeada por outras 22 crianças.

— Pedi permissão à diretora e à professora e fui conversar com ela. Estava muito à vontade. Ela chegou a frequentar por algum tempo aulas à noite, em um programa educacional para jovens e adultos, mas não se adaptou. Hoje, ela vai à escola pela manhã e consegue flexibilizar sua rotina — comenta Izabelle.

Nena rodeada pelos alunos de sua sala, sua professora, Iracy Passos, e a diretora Lidia Prieve
Nena rodeada pelos alunos de sua sala, sua professora, Iracy Passos, e a diretora Lidia Prieve Foto: Izabelle Ferrari

Divorciada Há 20 anos, Dona Nena tem dois filhos: um formado em Educação Física e outro que atua como segurança particular. Ela sempre trabalhou na lavoura e, depois, como empregada doméstica e nunca conseguiu sequer se alfabetizar. Ouvia do pai que mulher não precisava estudar. Já a mãe, dizia que mulheres só precisavam saber a ler e escrever para redigir cartas aos namoradinhos.

Dona Nena concentrada nos estudos: perseverança acima de tudo
Dona Nena concentrada nos estudos: perseverança acima de tudo Foto: Izabelle Ferrari

— Ela foi incentivada pelos filhos a procurar a escola. Ela, então, bateu na porta da secretaria e perguntou se poderia assistir às aulas junto com as crianças. Tanto a diretoria, como professores e responsáveis deram aval — comenta Izabelle, revelando que Dona Nena está bastante surpresa com a repercussão que sua luta em busca de conhecimento causou na cidade e vem preferindo ficar recolhida, sem dar entrevistas.

Abaixo, você confere o relato da jornalista na íntegra, com o relato de Dona Nena. Em menos de 24h, o post já foi compartilhado quase 2 mil vezes.