
“Cristãos deveriam se sentir ofendidos pela decisão da ONU sobre Israel”, diz Ben Carson
O médico e educador cristão Ben Carson classificou a resolução da ONU, que nega conexões dos judeus com o Monte do Templo, como antissemita. “É uma abominação absoluta”, acrescentou.
O ex-candidato presidencial republicano Dr. Ben Carson criticou as Nações Unidas, bem como a UNESCO por aprovar uma resolução na semana passada que nega a conexão histórica de judeus — e consequemente, dos cristãos — com o Monte do Templo, em Jerusalém.
"Os Judeus e cristãos em todo o mundo deveriam estar moralmente indignados com o roubo da UNESCO, que lhes privou de sua história e negou a sua conexão com o Monte do Templo e o Muro das Lamentações", escreveu Carson em um texto publicado pelo Jornal ‘Independent Review’ na última segunda-feira (17).
"A adaptação desta resolução antissemita e virulenta da UNESCO sobre Israel é uma abominação absoluta", acrescentou.
Carson explicou que o viés "antissemita" na ONU levou à UNESCO a aprovar uma resolução, negando conexões judaico-cristãs para com o Monte do Templo e o Muro das Lamentações, em Jerusalém, Israel.
A controvérsia surgiu na semana passada, quando os membros da UNESCO votaram para aprovar uma resolução que se refere ao Monte do Templo – e incialmente também ao Muro das Lamentações, mas este ponto da proposta foi retirado após forte pressão internacional. Os locais sagrados da história judaica e do cristianismo milenar, passaram a ser chamados apenas por seus nomes muçulmanos, com aprovação da resolução.
Vinte e quatro membros da UNESCO votaram a favor da resolução, 26 se abstiveram e seis votaram contra a proposta que foi apresentada pelos representantes palestinos, junto com o Egito, Argélia, Marrocos, Líbano, Omã, Catar e Sudão. A resolução também condena Israel sobre várias questões relacionadas a Jerusalém e seus lugares sagrados, de acordo com o site ‘i24News’.
"O projecto de resolução, cuja cópia foi obtida pelo jornal israelense ‘Ha’aretz’, reconhece que a cidade de Jerusalém é sagrada para o judaísmo, islamismo e cristianismo, mas diz que o local sagrado do Monte do Templo "tem conexão apenas com os muçulmanos".
"Uma seção inteira da proposta foi dedicada especificamente ao complexo do Monte do Templo, que se refere apenas a nomes muçulmanos do local (Al-Aqsa e Haram al-Sharif). O texto também deixa de mencionar seus nomes em hebraico ou inglês (Har HaBayit ou Monte do Templo)", aponta um relato do ‘i24News’.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu criticou a resolução aprovada pela ONU. (Foto: Reuters)
A decisão gerou a indignação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que chamou a UNESCO, a agência encarregada pela ONU de preservar marcos históricos e culturais importantes, como um "teatro do absurdo".
"Obviamente, eles nunca leram a Bíblia", disse Netanyahu. "Mas gostaria de aconselhar os membros da UNESCO a visitarem o Arco de Tito, em Roma, onde eles podem ver o que os romanos levaram para lá, depois de terem destruído e saqueado o Monte do Templo há dois mil anos. É possível ver gravado no arco o menorah de sete braços, que é o símbolo do povo judeu, bem como o símbolo do Estado judaico hoje".
Carson observou que a Bíblia hebraica se refere ao Monte do Templo como o local de dois templos judaicos antes da sua destruição, mas também é reconhecido pela tradição judaica e islâmica como o local onde Abraão recebeu a ordem de Deus para sacrificar seu filho, Isaque — e posteriormente foi impedido por um anjo do Senhor.
"O rei Salomão construiu o primeiro templo em 957 aC. O local foi destruído pelos babilônios em 586 aC. O Segundo Templo foi construído 70 anos depois no mesmo local, por judeus que retornaram do exílio. Mas foi destruído pelo Império Romano no ano 70 dC", Carson continuou.
"Tudo o que resta partes do muro de contenção que rodeava o Segundo Templo. Judeus oram todos os dias no Muro Ocidental, exceto durante aqueles casos em que manifestantes palestinos atiravam pedras do alto do Monte do Templo", lembrou.
O neurocirurgião aposentado acusou a UNESCO de "descaradamente negar a história" e acusou a ONU de fazer falsas acusações contra Israel.
"Esta mais recente resolução aprovada pela UNESCO deve ser um constrangimento grave para as Nações Unidas", escreveu ele.
"Esta tentativa patética para expurgar a conexão sacrossanta, histórica judaico-cristã do Monte do Templo e corroer a ligação inegável com a Cidade Santa de Jerusalém tira das Nações Unidas de qualquer autoridade, credibilidade e moral que a Organização alguma vez já teve", finalizou.