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Senador diz que Temer ‘estará pronto’ para assumir Presidência

Senador diz que Temer ‘estará pronto’ para assumir Presidência



Vice-presidente se reuniu com parlamentares que apoiam o processo de impeachment

BRASÍLIA — Senadores do PMDB favoráveis ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff se reuniram na tarde desta quarta-feira com o vice-presidente Michel Temer para discutir a atuação da bancada diante da crise política que atinge o governo. Para o grupo de cinco parlamentares, Temer afirmou que não fará qualquer intervenção no processo e que irá cumprir o que a Constituição determina. No entanto, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) afirmou que o vice-presidente “estará pronto” para assumir o cargo.
 
— O vice-presidente não fará qualquer tipo de movimento, mas se a conclusão dos fatos, de acordo com que determina a Constituição, revelarem a decisão do Congresso brasileiro, da Câmara e do Senado, na direção de sucessão natural, ele naturalmente estará pronto em face das responsabilidades constitucionais que tem — afirmou Ferraço.
 
O senador Blairo Maggi (PMDB-MT) fez questão de ressaltar que é favorável ao processo por considerar que o país não pode ficar paralisado até 2018.
 
— Nós não podemos ficar da forma como estamos, com um cadáver insepulto na sala. Ou a presidente tem os 171 para continuar, e a oposição inclusive ajuda o governo a chegar ao final até 2018, ou terá que dar lugar para que o Brasil ande. Não creio que a gente possa andar da forma como estamos até 2018, com a economia em frangalhos e a população totalmente dividida — afirmou.
 
Os senadores Waldemir Moka (PMDB-MS), Simone Tebet (PMDB-MT), Dario Berger (PMDB-SC) também se reuniram com Temer no Palácio do Jaburu. Mais cedo, o vice-presidente esteve com o novo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Quintão (MG) e com parte da bancada do PMDB que também é favor do impeachment.
 
RENAN PREGA PACIFICAÇÃO
 
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer seria importante para que os dois deixem as "diferenças de lado". Perguntado sobre rumores de que Temer sairia do governo, Renan lembrou que a saída de Temer do governo seria a saída "do governo do próprio governo", já que ele é vice-presidente da República eleito. Ele voltou a dizer que o PMDB precisa "qualificar" sua participação na coalizão e não ficar tratando de cargos.
 
— Acho que, definitivamente, é preciso que o vice e a presidente construam uma convergência. E essa convergência não tem outro caminho senão os compromissos com o Brasil. O melhor produto dessa conversa será esse. Essa conversa é uma grande oportunidade para que eles coloquem as diferenças de lado e façam a convergência em favor do Brasil — disse Renan, no Senado.
 
Perguntado sobre rumores sobre a saída de Temer, Renan respondeu:
 
— Não sei, porque a saída do vice do governo é a saída do governo do próprio governo. Então é uma coisa complicada, institucionalmente complexa. Isso não é prioridade, a prioridade é encontrarmos saídas para o Brasil.
 
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Ele disse que o PMDB tem que ter uma "participação na coalizão qualificada".
 
— E digo isso com a legitimidade de quem, por opção, não participa do governo e considero ser incompatível ser presidente do Congresso e continuar indicando pessoas para participar do governo — disse Renan.
 
Na noite de segunda-feira, Renan reuniu vários senadores para analisar a situação política diante da carta do vice-presidente Michel Temer e ainda o clima na Câmara.