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Substituição de importações turcas pela Rússia beneficia Israel

Substituição de importações turcas pela Rússia beneficia Israel



Na sequência do ataque ao bombardeiro SU-24, o Ministério da Agricultura russo anunciou o fim das importações de legumes e outros vegetais da Turquia. Israel deverá ser um dos fornecedores beneficiados pela medida.

Depois de o presidente russo Vladimir Putin ter anunciado o fim da cooperação russo-turca no domínio da segurança, e de ter pedido aos turistas russos que evitem visitar a Turquia, o ministro russo da Agricultura, Alexander Tkachev, anunciou ontem que as importações de vegetais provenientes da Turquia seriam recusadas.
 
O ministro russo reconheceu, por outro lado, segundo citação do diário israelita Yeditoh Aaronot, que a suspensão de importações provenientes da Turquia vai criar um problema à Rússia: "Os legumes turcos correspondem a 20 por cento do total de importações de legumes. A importação de legumes será substituída pelos do Irão, Marrocos, Israel, Azerbaijão, Uzbequistão". O ministro manifestou especial empenho em conseguir uma alternativa ao fornecimento de 360.000 toneladas de tomates da Turquia.
 
Além disso, a Rússia importa cerca de 250.000 toneladas de citrinos da Turquia, que o ministro agora espera possam ser obtidos na África do Sul, Marrocos, China, Argentina, Israel, Abcásia e Geórgia.
 
O pretexto invocado por Tkachev para suspender as importações da Turquia foi, o de "violação das normas sanitárias". Adnan Dalgahran, da Associação de Exportadores Turcos, confirmou ao diário turco Sabah que as alfândegas russas estavam a recusar importações turcas, invocando diversos pretextos.
 
As sanções russas são de aplicação mais difícil para a própria Rússia por se seguirem a sanções idênticas, de parte a parte, entre a Rússia e os países ocidentais, que desse modo retaliaram contra a anexação da Crimeia e a ingerência da Rússia na Ucrânia oriental.
 
Por outro lado, os media israelitas estão a festejar com especial atenção a oportunidade que se abre à agricultura do país, ela própria atingida com alguma severidade, quer pela recente legislação europeia obrigando a identificar como tais os produtos dos colonatos, quer pela campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções). O Yediotoh Aaronot considera, assim, que Israel "será provavelmente o maior beneficiário da nova política russa".