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Cazaquistão

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Na 42ª colocação na Classificação da Perseguição Religiosa, a situação dos cristãos no país continua tão difícil quanto antes, e piorou ainda mais. Isso se explica, principalmente, pelo fato de que o regime do presidente Nursultan Nazarbayev continua a dificultar a vida social e religiosa dos cristãos.

Na 42ª colocação na Classificação da Perseguição Religiosa, a situação dos cristãos no país continua tão difícil quanto antes, e piorou ainda mais.  Isso se explica, principalmente, pelo fato de que o regime do presidente Nursultan Nazarbayev continua a dificultar a vida social e religiosa dos cristãos.

O Estado promete ser tão secular quanto possível e, desta forma, justifica a sua perseguição aos cristãos, regulando e limitando os grupos religiosos de praticarem sua fé dentro do país. O temor do Governo é a perda de controle sobre os segmentos religiosos existente no país, em especial a evangelização protestante. O governo restringe o registro de igrejas, proíbe a evangelização, o direito de associação e reunião.

Outro grande fator de perseguição do Cazaquistão é a legislação que dá ao Estado direitos amplos de violar direitos humanos e a liberdade de culto, incluindo multas e suspensão de funcionamento de igrejas. Além disso, arbitrariamente, o governo através do Departamento de Luta, deteve e multou vários cristãos por atividade missionária clandestina.

Já o extremismo islâmico tem capacidade muito limitada no país, com alguns relatos de ataques terroristas nos últimos anos e alguns atentados abortados. A sua atividade limitada geralmente tem como alvo o governo, visto como inimigo do Islã.

A pressão sobre os cristãos vindos de círculos islâmicos é particularmente destinada aos cristãos convertidos de origem muçulmana (a partir deste ponto em diante referidos como convertidos). Se os povos indígenas se convertem ao cristianismo, enfrentam pressão e violência física, ocasionalmente, de suas famílias, amigos e comunidade local para forçá-los a se arrepender e voltar para sua antiga fé.

Alguns convertidos são presos por períodos mais longos. Os cristãos cazaques enfrentam maior pressão na esfera da igreja, graças a "A Lei sobre a atividade religiosa e associações religiosas" e "A Lei sobre a introdução de alterações e aditamentos a vários atos jurídicos, questões religiosas e Associações Religiosas" introduzida em outubro de 2011. A execução foi dura e deixou os cristãos e outras minorias religiosas inseguras e com um forte sentimento de arbitrariedade.  A aplicação rigorosa é mais bem ilustrada por um veredito do tribunal de março de 2013, ordenando a destruição de 121 livros religiosos, incluindo Bíblias. Depois de um protesto público internacional, um tribunal regional finalmente ordenou que parassem com a destruição.

Outra esfera onde os cristãos são fortemente pressionados é a esfera privada. Novos convertidos são severamente pressionados por seus parentes e vizinhos a negar sua fé. O governo ainda patrocina uma organização que se oferece a aconselhar famílias de ex-muçulmanos a resgatar seus parentes das ‘seitas novas’, como é considerado o cristianismo no país.

Violência
Embora a violência não seja muito alta, alguns incidentes violentos foram registrados. O pastor Bakhytzhan Kashkumbayev, que lidera a Igreja da Graça, em Astana, foi preso no início da noite de 17 de maio de 2013, e condenado a nove meses de prisão preventiva. Em fevereiro de 2014, o tribunal informou que o pastor “recebeu uma pena suspensa de quatro anos na prisão com um período probatório de três anos”. Ele foi liberado e deu sua garantia por escrito de não sair da cidade e de se comportar adequadamente.

Em novembro de 2013, o também pastor Karim Kashkumbayev (o filho do Pastor Bakhytzhan Kashkumbayev) foi forçado a deixar sua família e país e se refugiar nos Estados Unidos. Ele atualmente reside em Nova York e está aguardando a decisão de concederem a ele asilo político.

Os cristãos protestantes são frequentemente multados por causa da sua fé e por razões legais relativamente arbitrárias. Esta é uma das piores formas de perseguição que os cristãos enfrentam no país. Pelo menos 71 pessoas, só em 2014 foram multadas por se reunirem e adorarem em locais não registrados e igrejas subterrâneas. Além disso, cada vez que não puderam pagar as multas, os membros da igreja foram presos por curtos espaços de tempo (quatorze pessoas foram presas no ano passado).