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Programa de ensino visa ampliar o aproveitamento do  aluno

Programa de ensino visa ampliar o aproveitamento do aluno



Rede municipal de ensino: 42% dos alunos não têm domínio de leitura

Com o intuito de melhorar o rendimento e a proficiência dos estudantes e, consequentemente, alterar positivamente os indicadores de desempenho das escolas públicas da Bahia, foi lançado recentemente, pelo governo do Estado, o programa Educar para Transformar – Um Pacto pela Educação.

Na Bahia, segundo dados do governo do Estado, 241.584 crianças com 8 anos de idade estão matriculadas nas redes municipais no 3º ano do ensino fundamental. 42% delas sem domínio de leitura, ou seja,  101.466 crianças sem domínio do sistema alfabético.

Com relação a escrita, dessas crianças,  111.129 não tem domínio da escrita alfabética e 70.059 têm pleno domínio do desenvolvimento da escrita.

Através de parcerias com prefeituras, uma das metas do projeto é que as crianças estejam alfabetizadas até oito anos de idade e que todos os jovens tenham na escola o  desempenho adequado à sua série com sucesso na trajetória escolar.

"Trata-se de um pacto para melhorar a educação na Bahia. Queremos garantir que as crianças das escolas públicas sejam alfabetizadas, com garantia, também, de material didático e acompanhamento" é o que explica o secretário da Educação do Estado, Osvaldo Barreto.

Ele diz que o programa envolve, ainda, ações distribuídas a partir de cinco eixos; a  colaboração entre Estado e municípios, fortalecimento da educação básica na rede estadual, educação profissional, parceiras das escolas com universidades, empresas e outras organizações sociais, e a integração família-escola.

A rede municipal, com o fundamental I e II, segundo o secretário, atende cerca de um milhão e setecentos mil alunos e  participará  do projeto a partir da adesão da ideia do pacto.

"É nas escolas que se contribui para  uma boa educação. Por essa razão é importante fortalecê-las, trabalhando também nas séries seguintes como 4º e 5º ano", afirma o secretário da educação Osvaldo Barreto.

Didática

Aprender a ler e escrever é um direito de todo indivíduo. Geralmente esse contato mais direto com o universo das letras é feito durante a alfabetização.

Nesta época, as atividades lúdicas e a leitura diária são partes importantes para o andamento satisfatório do processo.

É o que destaca a professora do Centro de Iniciação Escolar Novo Sinai da Galiléia  (Ciensg), Jucélia Sena, que há 29 anos trabalha com alfabetização de crianças.

Ela afirma que durante esta fase a utilização de caça- palavras é uma maneira de ajudar os pequenos a conhecer o alfabeto.

"Nós trabalhamos muito, também, com o chamado ditado mudo que consiste na formação de palavras a partir das figuras, além do caça- palavras com termos simples. No final do ano, eles estão lendo até jornal" , relata Jucélia

É o que explica a professora da Faculdade de Educação da Ufba, Marlene dos Santos. Ela conta que é importante não trabalhar apenas com o livro didático. "A criança pode mais" , diz.

"Outra questão que conta muito são as condições de trabalho, o número de crianças por professor em sala de aula é outro fator importante porque ele precisa atender as necessidades das crianças.

Ela completa afirmando que "não dá para querer que um professor, sem as devidas condições, ofereça uma boa alfabetização".

Outro ponto salientado pela professora Marlene é que, também, nesta fase, é  fundamental o  acesso a músicas, várias tipo de arte, teatro, crônica e poemas.

"As crianças precisam entender a função da escrita e da leitura, não submetê-las apenas a cópias, por exemplo" , disse. Ela acrescentou que "É compromisso do Estado, e nosso fazê-los aprender. O importante é que seja com qualidade".

"O imprescindível é que haja a valorização das experiências e saberes que a criança traz para apresentar a ela as novas linguagens" , finaliza a professora.