França teme que terroristas do EI promovam atentados na Europa
Presidente francês está em Bagdá para manifestar seu apoio ao combate contra o Estado Islâmico
O presidente francês François Hollande advertiu na última sexta-feira (12) em Bagdá sobre o perigo de os jihadistas do Estado Islâmico (EI) que lutam no Iraque e na Síria voltem a seus países de origem na Europa para cometer atentados terroristas. Em entrevista coletiva durante sua visita ao Iraque, assegurou que o EI é “uma ameaça global” e pediu à comunidade internacional para assumir a responsabilidade de “erradicar o terrorismo totalmente” do Oriente Médio.
“O Iraque está enfrentando diariamente a ameaça do terrorismo, que, procedente da Síria, é capaz de mobilizar combatentes de todo o mundo”, disse Hollande, que assegurou que a França está trabalhando com as novas autoridades iraquianas em todos os âmbitos, humanitário, militar e econômico, e especialmente para apoiar os deslocados e as minorias religiosas perseguidas.
O primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, lembrou que o Iraque pediu apoio internacional há um ano para enfrentar o terrorismo, mas que muitos países se “fizeram passar por surdos”. Abadi também advertiu que os iraquianos não querem entrar em guerra com nenhum país vizinho, mas que é responsabilidade da comunidade internacional pôr fim a esta ameaça que procede da Síria, onde o EI aproveitou o conflito contra o regime para assumir o controle do norte do país. O EI declarou, no final de junho, um califado abrangendo partes do território da Síria e o Iraque.
“Há um grande volume de financiamento dos terroristas que vem dos países da região. O EI assumiu o controle de poços de petróleo no Iraque que estão levando para o exterior”, explicou o primeiro-ministro, sem mencionar nenhum país concretamente. Abadi acrescentou que o Exército e as forças aéreas iraquianas não são suficientes para enfrentar as circunstâncias atuais e pediu mais ajuda militar do exterior. “Necessitamos proteção e apoio aéreo, não queremos combatentes no terreno”, pediu.
Reunião na Turquia
O secretário de Estado dos Estados Unidos John Kerry chegou nesta sexta à Turquia. A viagem faz parte do plano americano de buscar apoio internacional para combater o grupo extremista EI no Iraque e na Síria, informa a rede CNN. A Turquia recentemente se recusou a permitir o uso de suas bases aéreas no sul para lançar ataques contra o grupo jihadista no norte do Iraque. Além de reverter essa posição do governo turco, Kerry quer contar com a influência de Ancara nos países islâmicos para convencer as nações do Golfo Pérsico a manterem o apoio contra o terror. A Turquia justificou sua recusa em liberar suas bases aéreas porque os jihadistas mantêm cerca de 50 reféns turcos no Iraque, incluindo funcionários do Consulado em Mosul.
Dez países árabes concordaram em ajudar os EUA em sua luta contra o grupo jihadista que, segundo a Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês), possui ao menos 31.000 homens. Em Ancara, Kerry vai participar de reuniões com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu.
Fonte: Veja