Confronto entre Israel e Hamas deixa mais de 550 mortos em duas semanas
Hospital em Gaza foi atingido e cinco palestinos morreram. Israel disse que acertou um depósito de mísseis ao lado da unidade de saúde.
No Oriente Médio, o confronto entre as forças de defesa de Israel e o grupo radical Hamas completou duas semanas. Os correspondentes Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi mostram que o número de mortos aumentou dos dois lados.
Na noite desta segunda-feira (21), um ataque aéreo israelense atingiu a cidade de Gaza e, segundo autoridades palestinas, matou 11 pessoas.
Mais cedo, o disparo de um canhão atingiu um hospital: cinco palestinos morreram e 70 ficaram feridos. Israel disse que acertou um depósito de mísseis ao lado do hospital e que a morte de civis é consequência de uma tática do Hamas de usar casas, hospitais e mesquitas para guardar suas armas.
Na operação por terra, as tropas israelenses dizem ter encontrado mais dois túneis clandestinos. É uma rede de túneis tão ampla que se tornou uma das maiores preocupações das forças israelenses. Nesta segunda-feira (21), mais uma vez, de acordo com Israel, militantes do Hamas entraram de Gaza por um desses túneis e surpreenderam os soldados. Houve confronto e, de acordo com as forças israelenses, dez militantes do Hamas foram mortos.
Israel reforçou a proteção da fronteira e, no fim do dia, confirmou que quatro soldados israelenses morreram nesse confronto. Outros três morreram em Gaza, aumentando para 27 o número de israelenses mortos em duas semanas de guerra.
Dos 556 palestinos mortos até agora, segundo a ONU, 70% são civis. Nos Estados Unidos, o secretário de Estado, John Kerry, foi flagrado ao telefone no domingo (20) criticando a operação israelense: "É uma droga de operação cirúrgica", disse a um assessor, demonstrando incômodo com as mortes de civis palestinos.
Kerry chegou nesta segunda (21) ao Cairo para tentar um acordo de cessar-fogo. E o Hamas já apresentou suas condições. "Os ataques precisam parar, com a garantia de que não vão se repetir", disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeh. “É hora de acabar com o bloqueio a Gaza de uma vez por todas", declarou.
O controle de tudo o que entra ou sai de Gaza pela fronteira, segundo Israel, tem o objetivo de impedir que o Hamas aumente seu arsenal ou pratique atos terroristas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a operação tem objetivo e vai seguir adiante.
Por causa da guerra, 83 mil palestinos estão vivendo em abrigos improvisados em prédios da ONU