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Obama pede que israelenses e palestinos mostrem contenção

Obama pede que israelenses e palestinos mostrem contenção



Para ele, Israel não pode estar completo e ter plena segurança sem paz.
Documento foi escrito ainda em junho e publicado no jornal ‘Ha’aretz’.

O presidente americano, Barack Obama, pediu que israelenses e palestinos mostrem contenção ao invés de vingança e ações de castigo, ao mesmo tempo em que disse que Israel não pode estar completo e nem ter plena segurança sem a paz.
 
Em artigo de opinião que publicado nesta terça-feira (8) na primeira página do jornal israelense "Ha’aretz", Obama defende que "neste momento perigoso, todas as partes devem proteger os inocentes e atuar com sensatez e contenção, não com vingança e ações de castigo".
 
Com uma linguagem emocional, Obama mostra empatia com o sofrimento das vítimas do conflito e assegura que como pai, pode imaginar a dor dos progenitores dos três jovens israelenses assassinados, e tem o ‘coração partido’ pelo assassinato de um adolescente palestino, presumivelmente em represália.O documento, escrito antes de 30 de junho e que o site publica em hebraico, inglês e árabe, faz um repasse da situação que vive a região depois que fracassaram os esforços americanos de mediação entre as partes em abril.
 
Apesar do artigo ter sido escrito antes do fim de mês, o dia em que foram achados os corpos dos israelenses, as referências que ocorreram mais adiante sugerem que foi atualizado.
 
Em uma espécie de carta aberta à população israelense, o dirigente americano reitera o estreito vínculo que une seu país com o Estado judeu -que se remonta ao presidente Harry Truman-, e ressalta que os Estados Unidos foram "o amigo maior de Israel".
 
"Nos últimos cinco anos, expandimos nossa cooperação e hoje, como afirmaram dirigentes israelenses, a relação de segurança entre Israel e EUA é mais forte que nunca", explica.
 
Obama descreve a cooperação em matéria de segurança como "encouraçada", e reconhece que, apesar das restrições do orçamento em Washington, seu país segue comprometido com fornecer a Israel de mais de US$ 3 bilhões por ano até 2018 para ajudar em matéria de segurança.
 
A carta reivindica os esforços da Casa Branca no Oriente Médio para conseguir junto a outros atores internacionais que o regime de Bashar al Assad desmantelasse seu arsenal químico e buscasse solução política ao conflito na Síria.
 
E ao mesmo tempo Obama diz seguir determinado que o Irã não obtenha o armamento nuclear, objetivo para o qual assevera manter todas as opções sobre a mesa.
 
Obama elogia o presidente palestino, Mahmoud Abbas, submetido à pressão por parte de Israel para que desfaça sua aliança com o movimento islamita Hamas, organização que é responsabilizado pelo assassinato dos três jovens na Cisjordânia.
 
"As crianças palestinas têm esperanças e sonhos para seu futuro e merecem viver com a dignidade que só vem com um estado próprio", comenta, antes de mencionar que "no presidente Abbas, Israel tem um interlocutor comprometido com a solução de dois Estados e a cooperação em matéria de segurança".
 
Obama pede que israelenses e palestinos assumam riscos em prol da paz e apela que "no final do dia, sabemos que as negociações devem dirigir a dois Estados para dois povos".
 
O presidente diz também que seu país "estará ali, preparado para fazer parte" para o caso que as partes adotem um compromisso político para retomar a negociação.
 
Apesar de não fazer referência ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, destaca a figura do presidente em fim de mandato de Israel, Shimon Peres ao que parafraseia com uma citação recente sua no Vaticano, quando disse: "sem a paz não estamos completos".