China passa EUA em número de internautas
País asiático já superou os 216 milhões de usuários americanos, diz empresa.
Chineses enfrentam censura do governo.
Jovens chineses navegam pela internet em cibercafé (Foto: Mark Ralston/AFP)
Neste ano a China atingiu uma marca impressionante: se tornou o maior mercado do mundo de internet, superando inclusive os Estados Unidos.
Segundo o China Internet Network Information Center, os EUA tinham 216 milhões de usuários no final de 2007. Eles citam como fonte a empresa de consultoria Nielsen/Net Ratings. No mesmo período a China tinha 210 milhões de internautas -mas um mercado que crescia a um ritmo muito maior do que o dos norte-americanos.
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"Com base nas fontes e presumindo o crescimento desses mercados, podemos concluir que a China agora já passou com folga os Estados Unidos como a maior população de internautas do mundo", afirmou à agência Reuters Bin Liu, um executivo da empresa chinesa.
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Internautas chineses entrevistados pelo G1 na última semana dão uma mostra da "dependência" criada pela internet entre os jovens do país.
He Tian Yi, de 22 anos, contou em entrevista ao G1 que passa mais de 10 horas por dia no computador. "Assisto a vídeos no YouTube, leio blogs, leio notícias, e-mail e também converso com amigos".
Já Li Ying, de 25 anos, disse que passa mais de 10 horas na frente do computador por dia, principalmente fazendo pesquisas e lendo e-mails.
Em entrevista por e-mail, o assistente de marketing Zhang Yu, de 25 anos, contou que passa cerca de oito horas por dia na frente do computador. Além de trabalhar, ele disse que gosta de baixar músicas, jogar e falar com os amigos.
São jovens como Zhang Yu que levam empresas de consultoria a estimar que a China terá ao final deste ano 59 milhões de jogadores on-line -um aumento de 20% em relação ao ano passado, segundo pesquisa do jornal "China Daily".
Muralha invisível
Mas a relação dos chineses com a internet não se resume a recordes e cifras milionárias. Muitos jovens blogueiros reclamam da censura imposta pelo governo.
Segundo reportagem publicada pelo jornal "The New York Times" em fevereiro deste ano, os censores intensificaram o controle sobre a internet nos últimos meses, muitas vezes tirando do ar sites que nem tinham conteúdo político identificável -e sem dar explicações públicas.
Só que esse acirramento da censura não declarada gerou uma reação forte dos usuários -algo que não é comum num país de partido único e denúncias de violação aos direitos humanos. Tudo isso num momento delicado para a China, que vai sediar as Olimpíadas em agosto deste ano e já vem enfrentando protestos por todo o mundo, seguindo o caminho da tocha olímpica.
