Debate sobre sionismo agrava racha entre Israel e Turquia
Comparação infeliz entre o movimento sionista e o fascismo foi alvo de críticas
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou seu homólogo turco, Tayyip Erdogan, de fazer uma declaração "obscura e falsa" ao chamar o sionismo de crime contra a humanidade, um comentário que deve prejudicar eventuais esforços para reparar os laços entre os dois antigos aliados.
"Assim como o sionismo, o antissemitismo e o fascismo, tornou-se impossível não ver a islamofobia como um crime contra a humanidade", disse Erdogan na quarta-feira, durante o fórum Aliança de Civilizações da ONU, em Viena. Um comunicado do gabinete de Netanyahu condenou "veementemente" a comparação, já que o movimento sionista foi a principal força por trás da criação do estado de Israel.
Repercussão – A declaração também foi condenada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que a considerou "dolorosa e divisiva", e pela Casa Branca. "Nós rejeitamos a caracterização do primeiro-ministro Erdogan do sionismo como um crime contra a humanidade, o que é ofensivo e errado", disse o porta-voz Tommy Vietor, em comunicado.
Pinchas Goldschmidt, rabino-chefe de Moscou e chefe da Conferência de Rabinos Europeus, disse que as críticas de Erdogan remontam ao antissemitismo. "Este é um ataque ignorante e odioso sobre o povo judeu e contra um movimento que tem a paz em seu núcleo. Ele relega Erdogan ao nível de Mahmoud Ahmadinejad (presidente iraniano) e dos líderes soviéticos que usaram o antissionismo como um eufemismo para o antissemitismo."
Os laços entre Israel e Turquia, de maioria muçulmana, estão prejudicados desde 2010,quando nove turcos foram mortos por comandos israelenses que invadiram um navio que transportava ajuda aos palestinos em Gaza. Nas últimas semanas, houve relatos de esforços para reparar as relações, incluindo uma reunião diplomática de alto nível no início deste mês em Roma e a transferência de equipamentos militares.
(Com agência Reuters)