Deputado vai pedir alteração na classificação etária do filme “Ted”
Protógenes Queiroz chegou a dizer no Twitter que pediria a retirada do filme. Ministro da Justiça disse que não cabe ao governo censurar a obra.
O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), afirmou nesta quarta-feira (26) que irá encaminhar ofícios à Mesa da Câmara e ao Ministério da Justiça pedindo que seja alterada a classificação etária do filme “Ted”.
Não recomendado para menores de 16 anos, o filme conta a história de um homem adulto que tem como único amigo um urso de pelúcia que fuma maconha, ingere bebidas alcoólicas e fala palavrões.
“Vou buscar o entendimento para fazer valer minha reivindicação […] Eu vou fazer minha parte, tenho minhas condições e princípios. Eu decidi que tem de mudar a classificação. É como colocar a Branca de Neve e chegar lá e ter a Branca de Neve prostituta”, disse o deputado.
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Protógenes contou no Twitter, na noite de domingo (23), que levou o filho Juan, de 11 anos, para ver o filme e achou "um absurdo" ver uma cena em que o urso, personagem do filme, consumia drogas. Segundo o deputado, a cena é "apologia" às drogas. Protógenes chegou a dizer que acionaria meios legais para que ‘Ted’ fosse tirado das salas de cinema brasileiras.
O deputado ainda argumenta que, por se tratar da história de um bicho de pelúcia, muitas crianças são atraídas para o filme.“Em qualquer cinema você não vê adultos sozinhos. São as crianças que querem ver a história do ursinho”, disse o parlamentar.
Na manhã desta quarta, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que “a censura é proibida no Brasil” e, por isso, não há hipótese de o governo suspender a exibição no país do filme “Ted.” Mesmo assim, o deputado acredita que possa conseguir alterar a classficação.
“Eu acredito que ele [ministro] não vai ser contrário às reivindicações que vou fazer”, disse.
A classificação indicativa de filmes e programas de televisão é feita por um órgão da Secretaria Nacional de Justiça, ligada ao ministério. Segundo Cardozo, qualquer pessoa que considere que a classificação deva ser alterada, pode entrar com representação, que será analisada pela pasta.
O ministro disse que não assistiu ao filme e, questionado se considerava necessário elevar a faixa etária de “Ted”, respondeu que a classificação foi feita com base em critérios técnicos e, a princípio, “ela é acertada”.